segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Lista de aprovados na segunda etapa do Sisu já está disponível

Os candidatos inscritos na segunda etapa do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) já podem conferir o resultado. Do total de 550.972 inscritos, 29.090 alunos foram selecionados e têm o prazo entre amanhã (23) e sexta-feira (26) para fazer matrícula nas universidades e institutos federais de educação, ciência e tecnologia. Três instituições baianas aderiram ao sistema único de seleção. A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) e o Instituto Federal Baiano (IFBAIANO).
Pelo cronograma divulgado inicialmente, o resultado sairia hoje (22), mas o ministério antecipou a divulgação para ontem (21) à noite.
Para saber se foi aprovado, o estudante deve informar o número de inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a senha cadastrada no Sisu. É possível consultar o resultado pesquisando por unidade federativa, instituição de ensino, campus e curso. Além disso, o aluno tem acesso a sua classificação no curso escolhido e aos documentos exigidos pela instituição para que seja efetuada a matrícula.
A ocupação da vaga, de acordo com o Ministério da Educação, só é confirmada após a realização da matrícula na instituição. As vagas não ocupadas serão ofertadas novamente em uma fase complementar de inscrições, que vai de 1º a 3 de março. Os candidatos não selecionados na primeira e segunda etapas poderão concorrer novamente, assim como aqueles que ainda não se inscreveram no Sisu.
Participam desta primeira edição da seleção unificada 23 universidades e 26 institutos federais, além da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
* Com informações da Agência Brasil

A oposição eleitoral do PSOL e a crise na ultra esquerda brasileira.

Finalmente o PSOL desiste da aliança pragmática (jamais programática) com o Partido Verde. A ruptura de Marina Silva com o PT abriu uma interessante perspectiva eleitoral para o PSOL que necessita então de um nome de peso para alavancar as suas candidaturas parlamentares. Disso incorre diversas questões que, como se sabe, não teria como desembocar em resultados muitos diferentes no que tange as relações do PV com os DEM-TUCANOS- PPS.

A situação do PSOL é crítica. A legenda atravessa a sua maior crise neste ciclo que é marcado mais pelas convulsões políticas que por qualquer outro projeto de “contra-hegemonia parlamentar de esquerda”. As relações com Marina não avançaram pela insuperável dicotomia entre as bases do próprio partido e a necessidade de sobrevivência político-parlamentar que a sua direção procura encontrar. O PV não abrirá mão da sua aliança com a direita tradicional, tão aplaudida pela imprensa e pelos candidatos a sucessão no planalto. Isso coloca em cheque a situação do PSOL, que agora é obrigado a impulsionar a sua candidatura própria.

Mais do que nunca vemos desdobrar aos nossos olhos o que de fato é o PSOL: Um partido sem programa, sem inserção nos movimentos de massa e que concentra todas as suas ações em capitalizar as sobras que caem da mesa da burocracia institucional e sindical. As diversas tendências internas, que cada vez mais caracterizam- se como uma frente de forças políticas, não se entendem, fragilizando a já delicada relação interna. O PSOL como via eleitoral parece superado e isto será demonstrado no resultado das eleições de outubro de 2010.

O PSTU por sua vez parece se encontrar em um isolamento que faz perecer a sua política e sua militância de base. A quase falecida frente de esquerda (PSOL-PSTU-PCB) que agora surge como alternativa provável para estes setores, incorre em uma frente popular falida antes mesmo de qualquer perspectiva eleitoral com alguma potência entre os movimentos sociais. Devemos combater a frente popular a qual o PT encabeça no Brasil. É necessário Disputar os rumos internos que ainda não se esgotaram dentro deste, e rechaçar uma reedição de frente popular em miniatura que busca sobreviver com o que de pior a lição do PT nos demonstrou.

Porém, enganam-se aqueles que acham que a crise da ultra esquerda não nos afeta. Na busca da sua própria sobrevivência estes setores irão buscar, como já o fazem, a divisão do movimento sindical e estudantil em nome de centrais sindicais “vermelhas” que na verdade são a extensão dos seus próprios partidos. Essa experiência nos têm demonstrado o quão prejudicial esses setores se tornaram para a luta de classes, deslocando a energia dos trabalhadores e prestando um bom serviço para a burocracia sindical e estudantil.

Cabe aqueles que combatem por um movimento político de massas e independente esclarecer o conjunto da classe trabalhadora o papel que jogam esses setores na luta de classes. É preciso combater, mesmo com a nossa limitação pontual, por um Partido dos Trabalhadores independente da burguesia apontando reivindicações centrais para a realização de uma democracia plena que aponte para os anseios do povo, a exemplo da redução da jornada de trabalho, de um salário mínimo como sugere o Dieese, a atualização dos índices de produtividade da terra, a anulação do leilão de tudo o que foi privatizado, bem como a luta pelo investimento de 50% do pré-sal para a educação.
Fonte: Blog de O ESTOPIM - Incendiando corações e mentes

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Lançado o Plano Estadual da Juventude

Confira no blog o Plano Estadual da juventude.
Nós da Diretoria da ACEB estivemos presentes no ato de lançamento do Plano e acreditamos ser possível construir uma outra perspectiva para a juventude na Bahia.

Confira o blog: www.juventude.ba.gov.br

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Fenaj e Sindicato dos Jornalistas criticam parcialidade na cobertura do MST


A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) repudiaram a cobertura de parte da imprensa no caso envolvendo a prisão de integrantes do MST em São Paulo. Segundo as entidades, veículos de imprensa têm sido parciais, publicando reportagens sem ouvir os dois lados da história.

Segundo a nota da Fenaj e SJSP, parte da imprensa se equivoca ao não ouvir fontes dos dois lados, tanto da acusação como de diretores do Movimento. "É lamentável que veículos de comunicação se prestem a produzir matérias e reportagens que não permitem as partes envolvidas na questão, as quais, neste caso, é o conflito agrário. É obrigação do Jornalismo apresentar os argumentos de ambos os lados e não é o que -lamentavelmente - vê-se nas matérias sobre a prisão de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra - MST, que são apresentados como usurpadores da propriedade alheia, sem que a esses lhe fossem permitido direito básico de se pronunciarem", diz o texto.

Leia abaixo a íntegra da nota.

As diretorias do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e da Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ, vêm a publico repudiar o desrespeito dos veículos de comunicação brasileiros tanto os nacionais quanto os regionais para com as fontes e leitores/telespectadores e ouvintes na medida em que não colocam em prática uma obrigação primária do jornalismo sério, exatamente, a oportunidade do contraditório. É dever dos jornalistas e obrigação das direções dos veículos de comunicação social ouvir as várias partes envolvidas em uma reportagem/matéria a fim de permitir que o receptor possa avaliar por si só o conteúdo e formar seu próprio juízo de valor.

É lamentável que veículos de comunicação se prestem a produzir matérias e reportagens que não permitem as partes envolvidas na questão, as quais, neste caso, é o conflito agrário. É obrigação do jornalismo apresentar os argumentos de ambos os lados e não é o que –lamentavelmente – vê-se nas matérias sobre a prisão de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST, que são apresentados como usurpadores da propriedade alheia, sem que a esses lhe fossem permitido direito básico de se pronunciarem.

Com raras exceções, são veiculadas - e ainda que em espaço inferior – informações de que se tratam de terras de propriedade da União (públicas, portanto) mas que a mídia afirma como se de fato de empresas privadas, como é o caso do grupo Cutrale. Em momento algum, a maioria dos veículos de comunicação mostra com destaque que há uma disputa judicial sobre de quem é verdadeiramente a propriedade da terra.

Por outro lado, é igualmente anti-ético e imoral a veiculação de imagens produzidas sabe-se lá em que circunstâncias e por quem – pois embora traga ilegalmente o crédito de “cinegrafista amador” – em algumas imagens, como as da derrubada dos laranjais, a produção foi mesmo de autoria de oficial da Polícia Militar em Bauru, produzidas dentro do helicóptero da corporação, cujos custos de manutenção são pagos pelo Estado, ou seja, a partir dos recursos dos cidadãos e, portanto, públicos!

Igualmente condenável, porque imoral e anti-ético, é a troca de gentilezas entre os jornalistas e as fontes de informação (neste caso o comando da Polícia Civil) para a exclusividade. Os jornalistas deveriam questionar as circunstâncias de sua produção e apropriação e não dar absoluto crédito ao material que a polícia obteve, também sabe-se lá como e que no momento acha-se fora de contexto.

Nos últimos anos, o baronato da mídia tem se comportado de forma anti-democrática e avessa a qualquer regra. É decorrência desse comportamento o fim da Lei de Imprensa que resultou no fim do direito de resposta, bem como do fim da exigência da formação em jornalismo para o exercício da profissão e de outras investidas contra toda e qualquer regulação – que existem nos países os mais avançados e democráticos. O baronato da mídia quer se ver livre de qualquer obrigação, inclusive de respeito aos direitos básicos e fundamentais,como os direitos humanos.

Assim é esta nota para repudiar o tratamento da mídia de modo geral sobre temas caros aos cidadãos e à democracia brasileira.

Nota conjunta da direção Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e da Federação Nacional dos Jornalista.

Fonte: site do MST

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Uesb divulga lista de aprovados do seu vestibular 2010

A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) divulgou nesta quinta-feira (4) os aprovados do seu Vestibular 2010.


Os estudantes devem realizar pré-matrícula nas secretarias de cursos nos campi de Conquista, Itapetinga e Jequié, nos dias 5, 8 e 9 de fevereiro. A matrícula acontece também nas secretarias nos dias 11, 12, 17, 18 e 19 de fevereiro.


Mais informações sobre a matrícula e os documentos necessários para efetivá-la podem ser encontrados no edital.
Correio 24 Horas

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Chile à direita: alerta no continente

Além do peso estratégico do Chile, o que há de emblemático na vitória de Piñera é o caráter da coligação triunfante, ironicamente chamada de Coalizão pela Mudança. Pela primeira vez retornam ao poder forças políticas que deram sustentação direta às ditaduras militares da América do Sul. Não é pouca coisa, definitivamente. Tampouco trata-se de fato isolado. Se analisarmos a cadeia de acontecimentos que marcou o ano passado, encontraremos pistas evidentes de uma contra-ofensiva da direita latino-americana. O artigo é de Breno Altman.

Breno Altman

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16343

Os resultados da eleição presidencial chilena, com a vitória do direitista Sebastián Piñera, repercutem além-fronteira. O triunfo da coalizão neopinochetista também pode ser lido como a primeira vitória relevante das forças conservadores latino-americanas nos últimos dez anos. Ainda que esse campo, no ano passado, tenha vencido batalhas no Panamá e em Honduras, nenhum desses episódios tem o mesmo significado que a conquista do governo na terra de Allende e Neruda.

Essa importância não é ditada pela natureza da aliança política que saiu derrotada, cujos vínculos com o ciclo político favorável à esquerda, aberto pelas vitórias de Chávez e Lula, são praticamente nulos. Afinal, a Concertação nunca passou de aglomerado partidário sob hegemonia do centro católico, submetida a um processo de transição incapaz de promover mudanças fundamentais no modelo econômico e institucional herdado de Pinochet.

Além do peso estratégico do Chile, o que há de emblemático nessa situação é o caráter da coligação triunfante, ironicamente chamada de Coalizão pela Mudança. Pela primeira vez retornam ao poder forças políticas que deram sustentação direta às ditaduras militares da América do Sul. Não é pouca coisa, definitivamente.

Tampouco trata-se de fato isolado. Se analisarmos a cadeia de acontecimentos que marcou o ano passado, encontraremos pistas evidentes de uma contra-ofensiva da direita latino-americana, em diversas ocasiões com o patrocínio ou a cumplicidade do Departamento de Estado norte-americano. São eventos representativos desse cenário a reativação da IV Frota, a instalação de bases militares na Colômbia, o golpe cívico-militar em Honduras, a vitória conservadora no Panamá e, agora, a guinada à direita no Chile.

A esses capítulos já consolidados, outros parecem estar em curso, como a escalada das iniciativas reacionárias para inviabilizar o governo Lugo, no Paraguai, e a administração de Cristina Kischner, na Argentina. Para não falar na incessante política de sabotagem e desestabilização da oposição venezuelana contra o governo Chávez, sob o amparo da Casa Branca.

O que ocorreu no Chile serve, sem dúvida, como estímulo às oligarquias continentais. Basta observamos a reação fogosa dos jornalões brasileiros, que vibram diante da possilidade de se derrotar um candidato governista mesmo no caso de ampla aprovação popular à administração que se deseja continuar. Quanto às correntes progressistas, cabe uma reflexão cuidadosa sobre a caída da Concertação.

O foco dessa análise necessária talvez devesse ser a relação entre hegemonia e aliança. Não foram poucos os momentos nos quais a busca pela direção do processo político, a partir dos programas e valores de esquerda, excluiu ou limitou a construção de alianças capazes de formar maiorias político-sociais, assim descambando para o sectarismo e o isolamento.

Mas os casos inversos não têm sido raros nos últimos tempos. Esses ocorrem quando o objetivo de ampliar ou consolidar alianças, em função de um determinado objetivo tático, esteriliza a busca de hegemonia no Estado e na sociedade, forçando à renúncia programática e de identidade.

Nessa última categoria poderia ser classificada a Concertação, fundada a partir da ruptura do Partido Socialista com o bloco histórico de esquerda e sua subordinação a Democracia Cristã, partido de centro ao qual pertence o candidato derrotado Eduardo Frei.

Mais que uma submissão partidária, eventualmente atenuada quando a presidência coube a Ricardo Lagos e Michelle Bachelet, ambos socialistas, o que se passou foi uma abdicação político-ideológica que já data de vinte anos. Para se fazer a composição com o centro católico, aceitou-se por uma década a tutela militar sobre a transição, manteve-se vigente a Constituição ditatorial de 1980 e preservou-se a política econômica do pinochetismo.

No fundo, foi um longo período de reformas sem mudanças. O sistema foi recauchutado com medidas de ampliação das liberdades e compensação das injustiças, mas teve preservada sua institucionalidade, sua integração à geopolítica norte-americana e seu modelo rentista.

A conseqüência dessa opção foi uma forte despolitização da sociedade chilena. O campo de disputa estratégica e de valores com a direita praticamente se reduziu ao tema dos direitos humanos. Aos poucos, as únicas coligações aceitas pelo sistema institucional, a Concertação e a direita, se aproximaram programaticamente e criaram uma anódina zona de confluência.

Trocou-se o choque de programas pela concorrência entre projetos e sua forma de administração, em um teatro de conflito cada vez mais desidratado. Esse mesmice tecnocrática acabou por provocar desmobilização e divisão no campo da Concertação, preparando o terreno para o retorno das forças de direita.

Três milhões de jovens sequer se inscreveram para votar. O deputado Marco Enriquez-Ominami, disposto a arregimentar apoio entre os setores cansados desse bipartidarismo cinzento, rompeu com a Concertação e teve quase tantos votos quanto Frei. Outros grupos socialistas também dissentiram em tempos recentes, buscando recuperar a tradicional aliança com os comunistas e outros agrupamentos de esquerda.

A administração de Michelle Bachelet, ainda assim, veio a apresentar elevados índices de aprovação popular, especialmente por conta das políticas sociais. Mas seu candidato, Eduardo Frei, representava a imagem do político atrasado, covarde, sem criatividade. Seu adversário, empresário jovial e bem-sucedido, foi capaz de vender uma imagem de gestor mais aguerrido e confiável. Em um ambiente despolitizado, no qual as ações de governo são sucessos administrativos que não se transformam em ferramentas de hegemonia, a transferência de votos acabou esvaziada pela lógica do processo impulsionado por socialistas e democrata-cristãos.

Claro que o fracasso no governo, refletido pela incapacidade de melhorar a vida das pessoas, não pode ser substituído pela batalha das idéias, pela disputa político-ideológica, pela disseminação de valores ou pela pedagogia de massas . A administração bem-avaliada, porém, quando a luta pela hegemonia é propositadamente esterilizada, com o abandono no enfrentamento entre distintos programas e compromissos de classe, revela-se insuficiente para uma estratégia eleitoral vitoriosa.

A Concertação perdeu porque foi a artífice de uma certa normalização do país, pela qual antigos campos antagônicos, em nome de acanhado pacto de transição, aceitaram um termo comum para seus projetos, individualizando a política e configurando-a em um arena quase técnica, na qual as classes e seus interesses desaparecem do discurso público.

A esquerda chilena pagou um alto preço por essa opção, danificando suas relações internas e seu protagonismo. A direita teve a paciência necessária para fazer da normalidade concertacionista seu caminho de ressurreição, absorvendo parte da agenda oficialista e conquistando para seu candidato até votos de quem apóia a administração Bachelet.

Enfim, essas são algumas das reflexões possíveis sobre a derrota de Frei. Aliás, para deixar de orelha em pé também a progressistas de outras nacionalidades.

Breno Altman é jornalista e diretor do site Opera Mundi