sábado, 31 de outubro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
"UM CONTO DE CADA CANTO"Uibaí A Vida Tecida Pelas Histórias De Um Povo
Lançamento do livro de Pita Paiva, poeta, desenhista, pedagogo que apresenta em " Um Conto De Cada Canto" uma obra em prosa,Fruto da união de uma narrativa sertaneja fincada no passado, na oralidade,Nos contos e causos de Uibaienses (Narradores e Personagens)Dos mais diversos recantos, resgatando, o saber popular a cultura localE o valor do Sertão.08 de novembro de 2009A partir das 11:00 hsNa CEU-SSA (Casa dos Estudantes de Uibaí em Salvador) Rua do Sodré, Bairro 2 de Julho, Nº 71. Telefones para contato 33223700-33214102Venha uma comer uma Deliciosa Feijoada ao som de uma Boa Música
Org: CEU(Casa Dos Estudantes De Uibaí) - AEUSU( Associação dos Estudantes Universitários e Secundaristas de Uibaí)
Aprovado na Câmara dos Vereadores o projeto de indicação do nome de 16 maio para o viaduto do bairro do Canela.
Na tarde de ontem, 27/10, foi aprovada pela câmara dos vereadores de Salvador, o projeto de indicação do nome de 16 de Maio para o viaduto do Canela, requerido pela Vereadora Marta Rodrigues (PT).O 16 de Maio de 2001 é uma data histórica para o Movimento estudantil baiano que teve este dia marcado pela intolerância policial que reprimiu violentamente uma manifestação pacífica de estudantes no entorno do campi da UFBA, no Canela. Os estudantes aquela época pediam punição aos responsáveis pela quebra do sigilo do painel eletrônico do Senado Federal, que tinha como figura central, o então senador Antonio Carlos Magalhães. Após passeata pela vale, na subida do viaduto, estudantes, deputadas/os, vereadoras/ os, imprensa e manifestantes em geral, foram fortemente agredidos, evidenciando o cerceamento do direito constitucional de livre manifestação, preceituado no art. 5º, da nossa Carta Magna.Este requerimento já havia sido aprovado pelo Conselho Universitário da UFBA, no ano de 2001, porém nunca acatado pela administração pública deste município.Datas como estas ficam marcadas na memória estudantil da nossa universidade, fazendo com quem agora, mais do que nunca, se faça necessário a organização estudantil no intuito de pressionar a prefeitura para que efetive de fato esta nomeação, que representa nossa história. Hoje o ME Baiano acorda com mais uma motivação, expressa na luta das/ dos companheiras/ os que fizeram e fazem frente a este e outros ataque aos movimentos sociais. A luta organizada não acabou e o 16 de Maio foi um exemplo disso.
A UFBA NÃO ESQUEÇE, O VIADUTO É 16 DE MAIO!
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
UFBA divulga locais de prova da 1ª fase do vestibular 2010
A Universidade Federal da Bahia (Ufba) divulgou nesta quarta-feira, 28, os locais onde serão realizadas as provas da primeira fase do vestibular 2010. Os estudantes que se inscreveram para os cursos tradicionais da instituição podem ter acesso ao cartão informativo através do site do processo seletivo (clique aqui para acessar).
As provas da primeira fase do vestibular serão realizadas nos dias 15 e 16 de novembro. Os resultados serão divulgados até o dia 7 de dezembro. Já as provas da segunda fase ocorrem entre os dias 13 a 18 de dezembro. As datas correspondem apenas ao processo seletivo referente aos cursos tradicionais da Ufba.
A seleção para os cursos de Bacharelados Interdisciplinares (BI), com duração de três anos, e para os Cursos Superiores de Tecnologia (CST), com duração de dois a três anos, será feita através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Informações sobre as datas e locais de prova do Enem devem ser acessadas no site do Ministério da Educação (clique aqui para acessar).
A Tarde Online
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
domingo, 25 de outubro de 2009
ACEB e Representação das Residências da UFBA acompanham construção da Residência da Garibaldi
No dia 22 de outubro de 2009, o estudante Frederico Perez (Coordenador Geral da ACEB e Representante das Residências da UFBA) juntamente com Felipe Lobo(morador da R5-UFBA) fizeram uma visita à construção da nova Residência da Garibaldi.
Os estudantes tiveram o auxílio para circular pela obra do Engenheiro Sandro, o qual apresentou as instalações do prédio, que está na fase final de levantamento, no 4º andar.
Para os estudantes, ver a obra se concretizando é muito satisfatório, pois antes mesmo de sairem da Universidade muitas pessoas que participaram da ocupação do prédio de Farmácia escola da UFBA em 2006, poderão morar nessa Casa e usufruir de um melhor serviço de Residência Universitária.
Estamos de vigília na construção de uma Assistência Estudantil de Verdade na UFBA e na Bahia.quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Fórum Social Temático da Bahia terá como tema central a crise econômica
Representantes do poder público, de organizações da sociedade civil e dos movimentos sociais estiveram presentes, no último dia 18, em Salvador, ao ato de lançamento do Fórum Social Temático da Bahia, que acontecerá de 29 a 31 de janeiro de 2010. "Da Bahia a Dakar: enfrentar a crise com integração, desenvolvimento e soberania”: este será o tema central do evento, que vem sendo construído de forma articulada com o Fórum Social 10 anos Grande Porto Alegre. “Esta passagem do FSM por Salvador vai ser uma contribuição muito preciosa para o Fórum de Dakar, no Senegal, em 2011, pois esta foi a principal porta de entrada de africanos vítimas da escravidão. Então, vai se estabelecer um diálogo entre cidades com culturas semelhantes”, disse José Luiz Del Roio, representante do Fórum Mundial de Alternativas à Crise e um dos convidados do evento.Na ocasião, também foi realizado um encontro sobre a metodologia e a organização do evento, no qual foram definidas as comissões de trabalho. Em seu décimo aniversário, o processo FSM se dará de forma permanente e descentralizada ao longo de todo o ano. O Fórum Social Grande Porto Alegre e o Fórum Social Temático da Bahia serão os primeiros eventos do calendário. Segundo os organizadores, a programação do FS Bahia será dividida em três dimensões temáticas: - Fórum de Respostas à Crise - atores sociais e representantes de organizações nacionais e internacionais da sociedade civil encontram-se para difundir e articular amplamente suas propostas para um outro mundo possível pós-crise;- Fórum de Diálogos e Controvérsias – em alternativa ao neoliberalismo e ao Fórum Econômico Mundial de Davos, celebrará encontros entre atores sociais e governos da América Latina e da África comprometidos com novas perspectivas econômicas, sociais e ambientais;- Fórum de Culturas Periféricas: de Salvador à Ilha Gorée – em contraposição à diáspora africana, uma celebração das culturas negra e latina e sua difusão planetária. Um encontro cultural rumo a Dakar e ao FSM 2011.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
A Educação a Distância no ensino superior público e privado: experiências e contradições
A Educação a Distância no ensino superior público e privado: experiências e contradições
Joanna Paroli*
Dados do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância apontam que um em cada 73 brasileiros estuda a distância, em diversos níveis de graduação. Esse número demonstra o quanto, ao longo dos anos, a Educação a Distância (EaD) tornou-se presente no cotidiano da educação, em nosso país. Ela é caracterizada, de acordo com o Decreto 5.622/2005, como uma “modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”.
Um exemplo interessante sobre educação a distância é o convênio entre o Ministério da Educação e as Secretarias de Políticas para as Mulheres e de Promoção da Igualdade Racial, que resultou no Programa “Gênero e Diversidade na Escola”. Através dele, 14 mil professores/as, de 5ª à 8ª série do fundamental, já passaram por especialização com o objetivo de estabelecer novos olhares na abordagem em sala de aula. Mais de 15 universidades federais têm oferecido o curso, instrumentalizando profissionais da rede pública de ensino para o seu protagonismo na construção de uma educação não sexista, não racista e não homofóbica.
Em 2005, o governo federal lançou o Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), na perspectiva de “ampliar e interiorizar o ensino superior gratuito de qualidade”, bem como oferecer qualificação aos professores da rede básica de ensino. De lá para cá, houve um crescimento estrondoso da EaD, com adesão de diversas IES do país e, em paralelo, muitos problemas em sua concepção. Esse fenômeno foi possível a partir do Decreto do MEC, que permitiu a proliferação de faculdades nessa modalidade com pouco ou nenhum acúmulo sobre a sua função social ou aspectos legais. Hoje, temos mais de 900 mil matrículas na graduação em modalidade EaD e mais algumas milhares de vagas a serem abertas, anualmente. Na capital da Bahia, já são mais de 14 instituições que ofertam graduação nessa modalidade e muitas delas não tem sede no estado, como é o caso da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) que, em parceria com o Ministério da Educação, mantêm pólos para licenciatura em Pedagogia.
Ainda assim, a utilização da EaD pode ser um importante mecanismo na expansão do ensino superior público, se combinado com a construção de mais universidades públicas. Assim como o REUNI e o PROUNI, a experiência da UAB é medida importante por incluir aqueles e aquelas que se mantiveram historicamente renegados a uma ignorância que não acomete as elites. A elas, são resguardados os espaços sociais mais valorizados, como a academia, “guardiã” irretocável dos saberes. A universidade, antes destino dos mais abastados, tem se tornado cada vez mais popular e não se pode diminuir o papel dos movimentos sociais e da UNE em face dessas conquistas.
O setor privado também se apropria da EaD para continuar seu processo de expansão. Isso tem gerado distorções no entendimento sobre EaD e sua importância para o ensino brasileiro. Algumas IES privadas têm visto a modalidade como um mecanismo para diminuir custos e demitir trabalhadores. Mesmo que não o ofereça em sua totalidade, muitas têm introduzido a EaD nas grades curriculares dos seus cursos presenciais. A Portaria do MEC 4.059/2004 respalda essa movimentação, quando autoriza a oferta de até 20% de disciplinas em EaD, na carga horária total do curso. Não aceitaremos essa política! No 12º Conselho Nacional de Entidades de Base da UNE, em janeiro de 2009, foi aprovada resolução sobre EaD que, dentre outras coisas, denuncia a inserção da modalidade EaD em cursos de graduação de forma descontrolada e pede o estabelecimento de um sistema de avaliação para controle da qualidade e da oferta de vagas na educação à distância.
A permissão de convênios e parcerias para o estabelecimento de EaD nas IES privadas é mais um ponto preocupante. No Decreto que regulamento o setor, o 5.622/2005, o art. 26 dispõe que as instituições credenciadas para oferta de cursos à distância podem formar parcerias e abranger bases territoriais diversas. Há brecha na legislação para que as mantenedoras, muitas delas transnacionais, façam a gestão financeira das instituições de ensino com as quais se associe. É preciso intervir contra a injeção de capital estrangeiro e a desnacionalização da educação.
Desafios para um novo marco regulatório
A EaD é realidade em nosso país. Lutar contra ela não ajuda no processo que construímos cotidianamente pela democratização do ensino superior brasileiro. Hoje, o que está colocado é uma legislação insuficiente no que tange a EaD e uma necessidade vital de sua disputa. O movimento educacional deve lutar por um novo marco regulatório do setor, que impeça o credenciamento descontrolado de instituições, sem quaisquer exigências que garantam a qualidade de ensino.
Há dificuldades concretas de estrutura nas IES que ofertam somente EaD, já que, mesmo tendo que oferecê-la, essa não é uma prática constante nos pólos. Faltam condições básicas, como: bibliotecas com acervo mínimo, laboratórios de informática, funcionários e salas de estudo. Lutamos para que no mínimo 30% dos currículos sejam na modalidade semipresencial, com avaliações presenciais, infra-estrutura para ensino, pesquisa e extensão e supervisão de docentes da área de graduação.
Um dos pilares que sustenta a EaD é justamente a idéia de ser uma política continuada de ensino. Por isso, defendemos que ela seja autorizada prioritariamente para cursos de pós-graduação e profissionalizantes, utilizando critérios que garantam sempre a qualidade da educação ofertada. Para cursos de graduação, entendemos sua justificativa de abertura apenas para regiões afastadas dos grandes centros urbanos. É descabido o número excessivo de faculdades particulares credenciadas para graduação em EaD nas grandes capitais, onde já pesa o fato de existirem outras tantas em modalidade presencial.
É óbvio que a EaD não é a modalidade que resolve nosso problema final, mas é tático utilizá-la de forma emergencial, no setor público, construindo um conjunto de mudanças que possam garantir sua qualidade. Ela tem falhas que podem ser corrigidas, sem que seja necessária a sua desativação. É importante o papel que ela cumpre ao levar o ensino superior a regiões de difícil acesso e garantir a continuidade dos estudos para além da juventude. Através dela, muitos profissionais tem se especializado, ampliando sua mobilidade no mundo do trabalho, ainda tão injusto. Nossa tarefa é organizar a luta pela desmercantilização do ensino. Hoje, apenas 5% dos/as jovens têm acesso à universidade pública. A UAB é mais um passo para tornar público o ensino superior, mas é necessário avançar.
A Conferência Nacional de Educação pode ser um importante espaço de debate e disputa pela regulamentação da EaD. É imprescindível que os setores que compõem o movimento educacional unifiquem uma agenda pela democratização do ensino superior público, que passa também por avaliarmos as contribuições dessa modalidade para a educação brasileira.
Todo direito estudantil deve ser assegurado!
O estudante de graduação em EaD também é universitário. A ele, devem ser garantidas as mesmas políticas e direitos acessíveis aos demais estudantes de cursos presenciais, seja de universidades públicas ou privadas, como: assistência estudantil, meia-entrada e o meio passe no sistema de transporte público. Estes foram benefícios conquistados com muita luta e também surgiram de uma preocupação em garantir uma formação continuada e sistêmica, com acesso amplo ao lazer e aos bens culturais.
Casos de discriminação aos estudantes da rede EaD são constantes e não podem ser tolerados. Um episódio, em especial, tornou-se emblemático. No mês de setembro de 2009, estudantes de EaD, em Salvador, protestaram contra a discriminação sofrida ao utilizar o cartão de meia passagem do SalvadorCard, sistema de bilhetagem eletrônica do serviço de transporte municipal. Sem qualquer aviso prévio, o SETPS resolve fazer valer a Lei Municipal 6.324/2003, que admite a meia passagem apenas para alunos com freqüência diária, em cursos presenciais. De maneira repentina, milhares de estudantes soteropolitanos perderam um direito que, se não estava garantido em Lei, já o era por senso comum, e muitos deles abandonaram seus cursos, sem perspectiva de retorno. Nesse caso, a extensão da meia passagem é urgente, mas como assegurar que os estudantes de EaD não terão seus direitos arrancados, ou mesmo, como garantir igualdade de condições destes em comparação aos que cursam a modalidade presencial?
A confusão é nítida. Como não há muito debate sobre EaD nas entidades estudantis e uma dificuldade latente em organizar o movimento nessas IES, os alunos da modalidade estão à mercê dos empresários, lobistas e conservadores. É tempo da UNE e das UEE’s serem vanguarda na formulação política desse setor, disputando seus marcos regulatórios, fortalecendo nossa agenda pela desmercantilização do ensino e tornando-se referência para esses estudantes, também.
Não interessa o que dizem as elites econômicas do país. Nós temos posição. Estamos ao lado dos estudantes, inclusive dos que aderem à EaD, trabalhadores e trabalhadoras de um país ainda desigual.
Joanna Paroli*
Dados do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância apontam que um em cada 73 brasileiros estuda a distância, em diversos níveis de graduação. Esse número demonstra o quanto, ao longo dos anos, a Educação a Distância (EaD) tornou-se presente no cotidiano da educação, em nosso país. Ela é caracterizada, de acordo com o Decreto 5.622/2005, como uma “modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”.
Um exemplo interessante sobre educação a distância é o convênio entre o Ministério da Educação e as Secretarias de Políticas para as Mulheres e de Promoção da Igualdade Racial, que resultou no Programa “Gênero e Diversidade na Escola”. Através dele, 14 mil professores/as, de 5ª à 8ª série do fundamental, já passaram por especialização com o objetivo de estabelecer novos olhares na abordagem em sala de aula. Mais de 15 universidades federais têm oferecido o curso, instrumentalizando profissionais da rede pública de ensino para o seu protagonismo na construção de uma educação não sexista, não racista e não homofóbica.
Em 2005, o governo federal lançou o Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), na perspectiva de “ampliar e interiorizar o ensino superior gratuito de qualidade”, bem como oferecer qualificação aos professores da rede básica de ensino. De lá para cá, houve um crescimento estrondoso da EaD, com adesão de diversas IES do país e, em paralelo, muitos problemas em sua concepção. Esse fenômeno foi possível a partir do Decreto do MEC, que permitiu a proliferação de faculdades nessa modalidade com pouco ou nenhum acúmulo sobre a sua função social ou aspectos legais. Hoje, temos mais de 900 mil matrículas na graduação em modalidade EaD e mais algumas milhares de vagas a serem abertas, anualmente. Na capital da Bahia, já são mais de 14 instituições que ofertam graduação nessa modalidade e muitas delas não tem sede no estado, como é o caso da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) que, em parceria com o Ministério da Educação, mantêm pólos para licenciatura em Pedagogia.
Ainda assim, a utilização da EaD pode ser um importante mecanismo na expansão do ensino superior público, se combinado com a construção de mais universidades públicas. Assim como o REUNI e o PROUNI, a experiência da UAB é medida importante por incluir aqueles e aquelas que se mantiveram historicamente renegados a uma ignorância que não acomete as elites. A elas, são resguardados os espaços sociais mais valorizados, como a academia, “guardiã” irretocável dos saberes. A universidade, antes destino dos mais abastados, tem se tornado cada vez mais popular e não se pode diminuir o papel dos movimentos sociais e da UNE em face dessas conquistas.
O setor privado também se apropria da EaD para continuar seu processo de expansão. Isso tem gerado distorções no entendimento sobre EaD e sua importância para o ensino brasileiro. Algumas IES privadas têm visto a modalidade como um mecanismo para diminuir custos e demitir trabalhadores. Mesmo que não o ofereça em sua totalidade, muitas têm introduzido a EaD nas grades curriculares dos seus cursos presenciais. A Portaria do MEC 4.059/2004 respalda essa movimentação, quando autoriza a oferta de até 20% de disciplinas em EaD, na carga horária total do curso. Não aceitaremos essa política! No 12º Conselho Nacional de Entidades de Base da UNE, em janeiro de 2009, foi aprovada resolução sobre EaD que, dentre outras coisas, denuncia a inserção da modalidade EaD em cursos de graduação de forma descontrolada e pede o estabelecimento de um sistema de avaliação para controle da qualidade e da oferta de vagas na educação à distância.
A permissão de convênios e parcerias para o estabelecimento de EaD nas IES privadas é mais um ponto preocupante. No Decreto que regulamento o setor, o 5.622/2005, o art. 26 dispõe que as instituições credenciadas para oferta de cursos à distância podem formar parcerias e abranger bases territoriais diversas. Há brecha na legislação para que as mantenedoras, muitas delas transnacionais, façam a gestão financeira das instituições de ensino com as quais se associe. É preciso intervir contra a injeção de capital estrangeiro e a desnacionalização da educação.
Desafios para um novo marco regulatório
A EaD é realidade em nosso país. Lutar contra ela não ajuda no processo que construímos cotidianamente pela democratização do ensino superior brasileiro. Hoje, o que está colocado é uma legislação insuficiente no que tange a EaD e uma necessidade vital de sua disputa. O movimento educacional deve lutar por um novo marco regulatório do setor, que impeça o credenciamento descontrolado de instituições, sem quaisquer exigências que garantam a qualidade de ensino.
Há dificuldades concretas de estrutura nas IES que ofertam somente EaD, já que, mesmo tendo que oferecê-la, essa não é uma prática constante nos pólos. Faltam condições básicas, como: bibliotecas com acervo mínimo, laboratórios de informática, funcionários e salas de estudo. Lutamos para que no mínimo 30% dos currículos sejam na modalidade semipresencial, com avaliações presenciais, infra-estrutura para ensino, pesquisa e extensão e supervisão de docentes da área de graduação.
Um dos pilares que sustenta a EaD é justamente a idéia de ser uma política continuada de ensino. Por isso, defendemos que ela seja autorizada prioritariamente para cursos de pós-graduação e profissionalizantes, utilizando critérios que garantam sempre a qualidade da educação ofertada. Para cursos de graduação, entendemos sua justificativa de abertura apenas para regiões afastadas dos grandes centros urbanos. É descabido o número excessivo de faculdades particulares credenciadas para graduação em EaD nas grandes capitais, onde já pesa o fato de existirem outras tantas em modalidade presencial.
É óbvio que a EaD não é a modalidade que resolve nosso problema final, mas é tático utilizá-la de forma emergencial, no setor público, construindo um conjunto de mudanças que possam garantir sua qualidade. Ela tem falhas que podem ser corrigidas, sem que seja necessária a sua desativação. É importante o papel que ela cumpre ao levar o ensino superior a regiões de difícil acesso e garantir a continuidade dos estudos para além da juventude. Através dela, muitos profissionais tem se especializado, ampliando sua mobilidade no mundo do trabalho, ainda tão injusto. Nossa tarefa é organizar a luta pela desmercantilização do ensino. Hoje, apenas 5% dos/as jovens têm acesso à universidade pública. A UAB é mais um passo para tornar público o ensino superior, mas é necessário avançar.
A Conferência Nacional de Educação pode ser um importante espaço de debate e disputa pela regulamentação da EaD. É imprescindível que os setores que compõem o movimento educacional unifiquem uma agenda pela democratização do ensino superior público, que passa também por avaliarmos as contribuições dessa modalidade para a educação brasileira.
Todo direito estudantil deve ser assegurado!
O estudante de graduação em EaD também é universitário. A ele, devem ser garantidas as mesmas políticas e direitos acessíveis aos demais estudantes de cursos presenciais, seja de universidades públicas ou privadas, como: assistência estudantil, meia-entrada e o meio passe no sistema de transporte público. Estes foram benefícios conquistados com muita luta e também surgiram de uma preocupação em garantir uma formação continuada e sistêmica, com acesso amplo ao lazer e aos bens culturais.
Casos de discriminação aos estudantes da rede EaD são constantes e não podem ser tolerados. Um episódio, em especial, tornou-se emblemático. No mês de setembro de 2009, estudantes de EaD, em Salvador, protestaram contra a discriminação sofrida ao utilizar o cartão de meia passagem do SalvadorCard, sistema de bilhetagem eletrônica do serviço de transporte municipal. Sem qualquer aviso prévio, o SETPS resolve fazer valer a Lei Municipal 6.324/2003, que admite a meia passagem apenas para alunos com freqüência diária, em cursos presenciais. De maneira repentina, milhares de estudantes soteropolitanos perderam um direito que, se não estava garantido em Lei, já o era por senso comum, e muitos deles abandonaram seus cursos, sem perspectiva de retorno. Nesse caso, a extensão da meia passagem é urgente, mas como assegurar que os estudantes de EaD não terão seus direitos arrancados, ou mesmo, como garantir igualdade de condições destes em comparação aos que cursam a modalidade presencial?
A confusão é nítida. Como não há muito debate sobre EaD nas entidades estudantis e uma dificuldade latente em organizar o movimento nessas IES, os alunos da modalidade estão à mercê dos empresários, lobistas e conservadores. É tempo da UNE e das UEE’s serem vanguarda na formulação política desse setor, disputando seus marcos regulatórios, fortalecendo nossa agenda pela desmercantilização do ensino e tornando-se referência para esses estudantes, também.
Não interessa o que dizem as elites econômicas do país. Nós temos posição. Estamos ao lado dos estudantes, inclusive dos que aderem à EaD, trabalhadores e trabalhadoras de um país ainda desigual.
Joanna Paroli é Diretora de Universidade Privadas da UNE e militante da Marcha Mundial das Mulheres
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
UNE participa da 2ª Oficina Nacional da Jornada pelo Desenvolvimento da CUT
O vice-presidente da UNE, Tiago ventura participou da mesa: Educação - direito e valorização para um novo projeto de desenvolvimento
A UNE tem presença marcada para Entre a 2ª Oficina Nacional da Jornada pelo Desenvolvimento "Mercado de Trabalho, educação, saúde e proteção social - políticas públicas para o desenvolvimento sustentável" que é realizada entre ontem e hoje (15). Os debates realizados nestes dois dias servirão de subsídio nas discussões sobre políticas públicas de educação, saúde e proteção social, articuladas ao aprimoramento do mercado de trabalho, com vistas a construção de um novo modelo de desenvolvimento sustentável que supere as enormes desigualdades existentes no Brasil.
A Jornada pelo Desenvolvimento teve início em 2005, com a construção da Agenda dos Trabalhadores. Iniciou-se aí um ciclo de reflexão para a conformação de uma estratégia mais articulada da CUT no enfrentamento dos grandes temas nacionais e do seu posicionamento diante da sociedade. Os 9º e 10º CONCUTs ampliaram esse movimento com as resoluções baseadas em trabalho, democracia, desenvolvimento, renda e direitos.
A compreensão da Jornada como um processo contendo ações de reflexão, elaboração de propostas, debate na sociedade, mobilização e negociação levou a CUT a realizar atividades regionais, articuladas a outros segmentos da sociedade, em particular as universidades e os movimentos sociais organizados.
O balanço positivo dessas ações, aliado à análise dos novos cenários, especialmente, sobre as implicações da crise mundial no mundo do trabalho, impuseram a tarefa de "enfrentar a crise ampliando a luta de classe e organizando a transição para um novo modelo de desenvolvimento, e o desafio de buscar alternativas para sua superação na consolidação de um modelo de desenvolvimento sustentável, soberano e democrático. Por isso, em 2009, as ações estão sendo desenvolvidas em 3 frentes: nacionais - o Ciclo de Debates; regionais - articulação com as Estaduais da CUT e formativas - Programa Nacional de Formação.
O Ciclo de Debates visa discutir temas que correspondem às questões essenciais para a conformação de um projeto de desenvolvimento para o Brasil sob a ótica dos trabalhadores e trabalhadoras, que resulte na Plataforma da Classe Trabalhadora para 2010 e que venha a ter uma intervenção efetiva nas eleições do próximo ano.
Fonte: Portal da CUT
Com EstudanteNet
A UNE tem presença marcada para Entre a 2ª Oficina Nacional da Jornada pelo Desenvolvimento "Mercado de Trabalho, educação, saúde e proteção social - políticas públicas para o desenvolvimento sustentável" que é realizada entre ontem e hoje (15). Os debates realizados nestes dois dias servirão de subsídio nas discussões sobre políticas públicas de educação, saúde e proteção social, articuladas ao aprimoramento do mercado de trabalho, com vistas a construção de um novo modelo de desenvolvimento sustentável que supere as enormes desigualdades existentes no Brasil.
A Jornada pelo Desenvolvimento teve início em 2005, com a construção da Agenda dos Trabalhadores. Iniciou-se aí um ciclo de reflexão para a conformação de uma estratégia mais articulada da CUT no enfrentamento dos grandes temas nacionais e do seu posicionamento diante da sociedade. Os 9º e 10º CONCUTs ampliaram esse movimento com as resoluções baseadas em trabalho, democracia, desenvolvimento, renda e direitos.
A compreensão da Jornada como um processo contendo ações de reflexão, elaboração de propostas, debate na sociedade, mobilização e negociação levou a CUT a realizar atividades regionais, articuladas a outros segmentos da sociedade, em particular as universidades e os movimentos sociais organizados.
O balanço positivo dessas ações, aliado à análise dos novos cenários, especialmente, sobre as implicações da crise mundial no mundo do trabalho, impuseram a tarefa de "enfrentar a crise ampliando a luta de classe e organizando a transição para um novo modelo de desenvolvimento, e o desafio de buscar alternativas para sua superação na consolidação de um modelo de desenvolvimento sustentável, soberano e democrático. Por isso, em 2009, as ações estão sendo desenvolvidas em 3 frentes: nacionais - o Ciclo de Debates; regionais - articulação com as Estaduais da CUT e formativas - Programa Nacional de Formação.
O Ciclo de Debates visa discutir temas que correspondem às questões essenciais para a conformação de um projeto de desenvolvimento para o Brasil sob a ótica dos trabalhadores e trabalhadoras, que resulte na Plataforma da Classe Trabalhadora para 2010 e que venha a ter uma intervenção efetiva nas eleições do próximo ano.
Fonte: Portal da CUT
Com EstudanteNet
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
O Cinema, a comida e o comer
O Cinema, a comida e o comer é um projeto de extensão da Escola de Nutrição da UFBA realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação e Cultura – NEPAC que está na 3ª edição. O objetivo é trabalhar com filmes cuja temática central gira em torno da comida e do comer a fim de proporcionar, através da leitura cinematográfica, um debate em torno dos fenômenos da comensalidade no mundo contemporâneo, possibilitando assim uma reflexão sobre a condição humana caminhando entre as fronteiras da ciência e da arte. O projeto tem a curadoria do professor André Setaro (FACOM/UFBA) e é realizado em parceria com a Sala de Arte - Cinema da UFBA. Os debates são estimulados por professores e especialistas da área de cinema.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
REG DEBATE: "O Pré-Sal tem que ser nosso!"
REG DEBATE:
A Residência Estudantil de Guanambi(REG) tem o prazer de convidar a todos para participar de um debate acerca da temática do Pré-Sal. Questão de interesse nacional (e internacional), os recursos advindos do Pré-Sal deve atender as demandas do Povo Brasileiro, portanto, é de suma importância o debate para uma maior compreensão sobre como deve se portar o nosso País na exploração do Petróleo.
Nesse sentido, devemos nos organizar com o objetivo de combater as iniciativas daqueles que pretendem entregar o País à iniciativa privada.
"O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO JÁ!"
LOCAL: Residência Estudantil de Guanambi - PRAÇA GENERAL INOCÊNCIO GALVÃO, N°27, 2° ANDAR - LARGO DOIS DE JULHO - SALVADOR/BA
DIA - 14/10/09 (QUARTA) - HORÁRIO: 19h30min
FACILITADOR: HUMBERTO GUANAIS (QUÍMICO)
"Sonho que se sonha só, é só um sonho que sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade!" (Raul Seixas)
domingo, 11 de outubro de 2009
MST e laranjas
Por Maurício Caleiro*
O MST é detestado por todos: da direita ruralista à esquerda chavista, passando por tucanos, petistas, psolentos, verdes, azuis e amarelos. Mesmo os que fingem apoiar o MST o detestam.
Isso porque há uma antipatia ancestral e inata contra o MST, esse arquétipo de nosso inconsciente coletivo, esse cancro irremovível que insiste em nos lembrar, mesmo nos períodos de bonança, que fomos o último país do mundo a abolir a escravidão e continuamos sendo uma porcaria de nação que jamais fez a reforma agrária.
O MST é o espelho que reflete o que não queremos ver.
Há duas questões, na vida nacional, que contradizem qualquer discurso político da boca pra fora e revelam qual é, mesmo, de verdade, a tendência ideologica de cada um de nós, brasileiros: a violência urbana e o MST. Diante deles, aqueles que até ontem pareciam ser os mais democráticos e politicamente esclarecidos passam a defender que se toque fogo nas favelas, que se mate de vez esse bando de baderneiros do campo, porra, carajo, mierda malditos direitos humanos!
O MST nos faz atentar para o fato de que em cada um de nós há um Esteban de A Casa dos Espíritos; há o ditador, cuja existência atravessa os séculos, de que nos fala Gabriel García Márquez em O Outono do Patriarca; há os traços irremovíveis de nossa patriarcalidade latinoamericana, que indistingue sexo, raça, faixa etária ou classe social:
O MST é o negro amarrado no tronco, que chicoteamos com prazer e volúpia.
O MST é Canudos redivivo e atomizado em pleno século XXI.
O MST é a Geni da música do Chico Buarque - boa pra apanhar, feita pra cuspir – com a diferença de que, para frustração de nossa maledicência, jamais se deita com o comandante do zeppelin gigante.
E, acima de tudo, O MST é um assassino de laranjas!
E ainda que as laranjas fossem transgênicas, corporativas, grilheiras, estivessem podres, com fungos, corrimento, caspa e mau hálito, eles têm de pagar pela chacina cítrica! Chega de impunidade! Como o João Dória Jr., cansei!
Jornalismo pungente
Afinal, foi tudo registrado em imagens – e imagens, como sabemos, não mentem. Estas, por sua vez, foram exibidas numa reportagem pungente do Jornal Nacional - mais um grande momento da mídia brasileira -, merecedora, no mínimo, do prêmio Pulitzer. Categoria: manipulação jornalística. Fátima Bernardes fez aquela cara de dominatrix indignada; seu marido soergueu uma das sobrancelhas por sob a mecha branca e, além dos litros de secreção vaginal a inundar calcinhas em pleno sofá da sala, o gesto trouxe à tona a verdade inextricável: os “agentes“ do MST são um bando de bárbaros.
(Para quem não viu a reportagem, informo,a bem da verdade, que ela cumpriu à risca as regras do bom jornalismo: após uns dez minutos de imagens e depoimentos acusando o MST, Fátima leu, com cara de quem comeu jiló com banana verde, uma nota de 10 segundos do MST. Isso se chama, em globalês, ouvir o outro lado.)
Desde então, setores da própria esquerda cobram do MST sensatez, inteligência, que não dirija seu exército nuclear assassino contra os pobres pés de laranja indefesos justo agora, que os ruralistas tentam instalar, pela 3ª vez, como se as leis fossem uma questão de tanto bate até que fura, uma CPI contra o movimento (afinal, é preciso investigar porque o governo “dá” R$155 milhões a “entidades ligadas ao MST”, mesmo que ninguém nunca venha a público esclarecer como obteve tal informação, como chegou a esse número, que entidades são essas nem qual o grau de sua ligação com o MST: O Incra, por exemplo, está nessa lista como ligado ao MST?).
A insensatez dos miseráveis
Ora, o MST é um movimento social nascido da miséria, da necessidade e do desespero. Eles estão em plena luta contra uma estrutura agrária arcaica e concentradora. Não se pode esperar sensatez de movimentos sociais da base da pirâmide social, que lutam por um direito básico do ser humano. Pelo contrário: é justamente a insensatez, a ousadia, a coragem de desafiar convenções que faz do MST um dos únicos movimentos sociais de fato transgressores na história brasileira. Pois quem só protesta de acordo com os termos determinados pelo Poder não está protestando de fato, mas sendo manipulado. Se os perigosos agentes vermelhos do MST tivessem sensatez, vestiriam um terno e iriam para o Congresso fazer conchavos, não ficariam duelando com moinhos de vento, digo, pés de laranja.
Mas é justamente por isso que o MST incomoda a tantos: ele, ao contrário de nós, ousa desafiar as convenções: ele é o membro rebelde de nossa sociedade que transgride o tabu e destroi o totem. Portanto, para restituição da ordem capitalista/patriarcal e para aplacar nossa inveja reprimida, ele tem de ser punido. Ele é o outro.Quantos de nós já se perguntaram como é viver sob lonas e gravetos, à beira das estradas, em lugares ermos e remotos, sujeito a ataques noturnos repentinos dos tanto que os detestam? Quantos já permaneceram num acampamento do MST por mais do que um dia, observando o que comem (e, sobretudo, o que deixam de comer), o que lhes falta, como são suas condições de vida?
Poucos, muito poucos, não é mesmo? Até porque nem a sobrancelha erótica do Bonner nem o olhar-chicote da Fátima jamais se interessaram pelo desespero das mães procurando, aos gritos, pelos filhos enquanto o acampamento arde em fogo às 3 da madrugada, nem pelas crianças de 3,4 anos que amanhecem coberta de hematomas dos chutes desferidos pelos jagunços invasores, ao lado do corpo de seus pais, assassinados covardemente pelas costas e cujo sangue avermelha o rio.
Para estes, resta, desde sempre, a mesma cova ancestral, com palmos medidas, como a parte que lhes cabe neste latifúndio.
Para a mídia, pés de laranja valem mais do que a vida humana, quero dizer, a vida subumana de um miserável que cometeu a ousadia suprema de lutar para reverter sua situação.
Mas os bárbaros, claro está, são o MST.
Por isso, haja o que houver, o MST é o culpado.
* Maurício Caleiro é jornalista e cineasta
Isso porque há uma antipatia ancestral e inata contra o MST, esse arquétipo de nosso inconsciente coletivo, esse cancro irremovível que insiste em nos lembrar, mesmo nos períodos de bonança, que fomos o último país do mundo a abolir a escravidão e continuamos sendo uma porcaria de nação que jamais fez a reforma agrária.
O MST é o espelho que reflete o que não queremos ver.
Há duas questões, na vida nacional, que contradizem qualquer discurso político da boca pra fora e revelam qual é, mesmo, de verdade, a tendência ideologica de cada um de nós, brasileiros: a violência urbana e o MST. Diante deles, aqueles que até ontem pareciam ser os mais democráticos e politicamente esclarecidos passam a defender que se toque fogo nas favelas, que se mate de vez esse bando de baderneiros do campo, porra, carajo, mierda malditos direitos humanos!
O MST nos faz atentar para o fato de que em cada um de nós há um Esteban de A Casa dos Espíritos; há o ditador, cuja existência atravessa os séculos, de que nos fala Gabriel García Márquez em O Outono do Patriarca; há os traços irremovíveis de nossa patriarcalidade latinoamericana, que indistingue sexo, raça, faixa etária ou classe social:
O MST é o negro amarrado no tronco, que chicoteamos com prazer e volúpia.
O MST é Canudos redivivo e atomizado em pleno século XXI.
O MST é a Geni da música do Chico Buarque - boa pra apanhar, feita pra cuspir – com a diferença de que, para frustração de nossa maledicência, jamais se deita com o comandante do zeppelin gigante.
E, acima de tudo, O MST é um assassino de laranjas!
E ainda que as laranjas fossem transgênicas, corporativas, grilheiras, estivessem podres, com fungos, corrimento, caspa e mau hálito, eles têm de pagar pela chacina cítrica! Chega de impunidade! Como o João Dória Jr., cansei!
Jornalismo pungente
Afinal, foi tudo registrado em imagens – e imagens, como sabemos, não mentem. Estas, por sua vez, foram exibidas numa reportagem pungente do Jornal Nacional - mais um grande momento da mídia brasileira -, merecedora, no mínimo, do prêmio Pulitzer. Categoria: manipulação jornalística. Fátima Bernardes fez aquela cara de dominatrix indignada; seu marido soergueu uma das sobrancelhas por sob a mecha branca e, além dos litros de secreção vaginal a inundar calcinhas em pleno sofá da sala, o gesto trouxe à tona a verdade inextricável: os “agentes“ do MST são um bando de bárbaros.
(Para quem não viu a reportagem, informo,a bem da verdade, que ela cumpriu à risca as regras do bom jornalismo: após uns dez minutos de imagens e depoimentos acusando o MST, Fátima leu, com cara de quem comeu jiló com banana verde, uma nota de 10 segundos do MST. Isso se chama, em globalês, ouvir o outro lado.)
Desde então, setores da própria esquerda cobram do MST sensatez, inteligência, que não dirija seu exército nuclear assassino contra os pobres pés de laranja indefesos justo agora, que os ruralistas tentam instalar, pela 3ª vez, como se as leis fossem uma questão de tanto bate até que fura, uma CPI contra o movimento (afinal, é preciso investigar porque o governo “dá” R$155 milhões a “entidades ligadas ao MST”, mesmo que ninguém nunca venha a público esclarecer como obteve tal informação, como chegou a esse número, que entidades são essas nem qual o grau de sua ligação com o MST: O Incra, por exemplo, está nessa lista como ligado ao MST?).
A insensatez dos miseráveis
Ora, o MST é um movimento social nascido da miséria, da necessidade e do desespero. Eles estão em plena luta contra uma estrutura agrária arcaica e concentradora. Não se pode esperar sensatez de movimentos sociais da base da pirâmide social, que lutam por um direito básico do ser humano. Pelo contrário: é justamente a insensatez, a ousadia, a coragem de desafiar convenções que faz do MST um dos únicos movimentos sociais de fato transgressores na história brasileira. Pois quem só protesta de acordo com os termos determinados pelo Poder não está protestando de fato, mas sendo manipulado. Se os perigosos agentes vermelhos do MST tivessem sensatez, vestiriam um terno e iriam para o Congresso fazer conchavos, não ficariam duelando com moinhos de vento, digo, pés de laranja.
Mas é justamente por isso que o MST incomoda a tantos: ele, ao contrário de nós, ousa desafiar as convenções: ele é o membro rebelde de nossa sociedade que transgride o tabu e destroi o totem. Portanto, para restituição da ordem capitalista/patriarcal e para aplacar nossa inveja reprimida, ele tem de ser punido. Ele é o outro.Quantos de nós já se perguntaram como é viver sob lonas e gravetos, à beira das estradas, em lugares ermos e remotos, sujeito a ataques noturnos repentinos dos tanto que os detestam? Quantos já permaneceram num acampamento do MST por mais do que um dia, observando o que comem (e, sobretudo, o que deixam de comer), o que lhes falta, como são suas condições de vida?
Poucos, muito poucos, não é mesmo? Até porque nem a sobrancelha erótica do Bonner nem o olhar-chicote da Fátima jamais se interessaram pelo desespero das mães procurando, aos gritos, pelos filhos enquanto o acampamento arde em fogo às 3 da madrugada, nem pelas crianças de 3,4 anos que amanhecem coberta de hematomas dos chutes desferidos pelos jagunços invasores, ao lado do corpo de seus pais, assassinados covardemente pelas costas e cujo sangue avermelha o rio.
Para estes, resta, desde sempre, a mesma cova ancestral, com palmos medidas, como a parte que lhes cabe neste latifúndio.
Para a mídia, pés de laranja valem mais do que a vida humana, quero dizer, a vida subumana de um miserável que cometeu a ousadia suprema de lutar para reverter sua situação.
Mas os bárbaros, claro está, são o MST.
Por isso, haja o que houver, o MST é o culpado.
* Maurício Caleiro é jornalista e cineasta
sábado, 10 de outubro de 2009
A democratização da universidade não pode parar.
Nota pública sobre o vazamento da prova do ENEM
Na quinta-feira, 1 de outubro, o Ministério da Educação, confirmou em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo e posteriormente em nota e em pronunciamento do Ministro Fernando Haddad, que haviam fortes indícios de vazamento do caderno de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
Tal fato, de enorme relevância, alterou e abalou a rotina de mais de quatro milhões de jovens estudantes que prestariam o exame no domingo, 4 de outubro.
A Juventude do PT entende como correta, a rápida decisão do MEC, que ao primeiro indício de comprometimento do exame, resolveu descartar o questionário que seria utilizado e transferir a data da prova.
Condenamos, em primeiro lugar, o crime cometido por pessoas que buscaram o dinheiro fácil ou agiram com intenções ainda ocultas, prejudicando assim, milhões de estudantes. Defendemos a rigorosa apuração pela Polícia Federal e exemplar punição dos responsáveis pelo vazamento.
Condenamos também, a tentativa de setores da oposição, da grande imprensa e das máfias dos cursinhos pré-vestibulares, de se utilizar de um delito para fazer luta política contra o governo do presidente Lula ou contra as inovações no ENEM.
Repudiamos a decisão de algumas universidades, em particular as estaduais paulistas, que mais uma vez preferem se fechar dentro dos seus muros ao invés de se colocarem como construtores de melhores saídas para os problemas que o país enfrenta. Com a decisão de não utilizar a nota do ENEM, irão prejudicar as maiores vítimas deste crime, os estudantes brasileiros.
Os quase sete anos de governo do presidente Lula têm sido responsáveis por uma verdadeira revolução na educação brasileira. Hoje, mais de 580 mil jovens de baixa renda tem acesso à universidade através do PROUNI, as vagas no ensino superior público federal dobraram a partir da ampliação de vagas, criação de 12 novas universidades federais e 104 novos campi e unidades.
O Ministério da Educação está empenhado em democratizar a universidade no Brasil. O novo ENEM é um dos passos nesta direção. Ao procurar unificar os processos seletivos das universidades brasileiras caminha na direção da ampliação do acesso.
Além disso, o novo ENEM cria ainda um novo paradigma nos exames vestibulares ao desenvolver uma prova mais vinculada à realidade dos jovens, da sociedade brasileira e à diversidade regional. É em razão disso, que as máfias dos pré-vestibulares, acostumadas a ensinar seus alunos a decorar fórmulas e teorias, na maior parte das vezes desvinculadas do cotidiano de nossa juventude, se opõem. Eles sabem que “a consciência do povo daqui é medo dos homens de lá”.
O vazamento da prova do ENEM, além de prejudicar a rotina de milhões de estudantes, serve aos interesses dos que não querem ter seus lucros ameaçados e daqueles que pretendem manter a universidade como um privilégio de poucos. No entanto, o processo de mudanças que vive o Brasil, e que tem na educação um de seus pilares, não será parado por este motivo.
Direção Nacional da Juventude do PT
09 de outubro de 2009
Na quinta-feira, 1 de outubro, o Ministério da Educação, confirmou em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo e posteriormente em nota e em pronunciamento do Ministro Fernando Haddad, que haviam fortes indícios de vazamento do caderno de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
Tal fato, de enorme relevância, alterou e abalou a rotina de mais de quatro milhões de jovens estudantes que prestariam o exame no domingo, 4 de outubro.
A Juventude do PT entende como correta, a rápida decisão do MEC, que ao primeiro indício de comprometimento do exame, resolveu descartar o questionário que seria utilizado e transferir a data da prova.
Condenamos, em primeiro lugar, o crime cometido por pessoas que buscaram o dinheiro fácil ou agiram com intenções ainda ocultas, prejudicando assim, milhões de estudantes. Defendemos a rigorosa apuração pela Polícia Federal e exemplar punição dos responsáveis pelo vazamento.
Condenamos também, a tentativa de setores da oposição, da grande imprensa e das máfias dos cursinhos pré-vestibulares, de se utilizar de um delito para fazer luta política contra o governo do presidente Lula ou contra as inovações no ENEM.
Repudiamos a decisão de algumas universidades, em particular as estaduais paulistas, que mais uma vez preferem se fechar dentro dos seus muros ao invés de se colocarem como construtores de melhores saídas para os problemas que o país enfrenta. Com a decisão de não utilizar a nota do ENEM, irão prejudicar as maiores vítimas deste crime, os estudantes brasileiros.
Os quase sete anos de governo do presidente Lula têm sido responsáveis por uma verdadeira revolução na educação brasileira. Hoje, mais de 580 mil jovens de baixa renda tem acesso à universidade através do PROUNI, as vagas no ensino superior público federal dobraram a partir da ampliação de vagas, criação de 12 novas universidades federais e 104 novos campi e unidades.
O Ministério da Educação está empenhado em democratizar a universidade no Brasil. O novo ENEM é um dos passos nesta direção. Ao procurar unificar os processos seletivos das universidades brasileiras caminha na direção da ampliação do acesso.
Além disso, o novo ENEM cria ainda um novo paradigma nos exames vestibulares ao desenvolver uma prova mais vinculada à realidade dos jovens, da sociedade brasileira e à diversidade regional. É em razão disso, que as máfias dos pré-vestibulares, acostumadas a ensinar seus alunos a decorar fórmulas e teorias, na maior parte das vezes desvinculadas do cotidiano de nossa juventude, se opõem. Eles sabem que “a consciência do povo daqui é medo dos homens de lá”.
O vazamento da prova do ENEM, além de prejudicar a rotina de milhões de estudantes, serve aos interesses dos que não querem ter seus lucros ameaçados e daqueles que pretendem manter a universidade como um privilégio de poucos. No entanto, o processo de mudanças que vive o Brasil, e que tem na educação um de seus pilares, não será parado por este motivo.
Direção Nacional da Juventude do PT
09 de outubro de 2009
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
ACEB DEBATE PRÉ SAL NO SINDICATO DOS QUÍMICOS E PETROLEIROS.
A ACEB realizou ontem, dia 07/10/09, no Sindicato dos Químicos e Petroleiros a primeira Sessão da entidade para discutir sobre o Pré Sal. O debate contou com a presença de Guanais, representando o Sindicato, alé de outros convidados e residentes .
Temos a intenção de realizar esse debate que é de extrema importância pra o Brasil , nas diversas Casas de estudantes, para que possamos avançar nessa luta e esclarecer o povo acerca do seus direitos.
Campanha "O Pré Sal tem que ser nosso"!
Temos a intenção de realizar esse debate que é de extrema importância pra o Brasil , nas diversas Casas de estudantes, para que possamos avançar nessa luta e esclarecer o povo acerca do seus direitos.
Campanha "O Pré Sal tem que ser nosso"!
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
ACEB aprticipa do Sopão Popular pela abertura do RU Ondina!
Essa é uma campanha unificada do Movimento Estudantil. As entidades que constroem o ME estão juntas nessa luta: UNE, UEB, DCE UFBA, ACEB, REPRESENTAÇÃO DAS RESIDÊNCIAS DA UFBA, SENCE, entre outras.
A sopa, de boa qualidade e preço baixo(R$ 1,00) foi para mostrar que somos capazes de colocar esse Restaurante Universitário para funcionar. Os estudantes dos cursos noturnos desceram em peso para atividade e puderam se esclarecer sobre como se encontra o processo jurídico acerca da abertura do RU.Venha fazer parte você também dessa luta!
Tod@s pela abertura do RU ONDINA!
terça-feira, 6 de outubro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
A reforma da Saúde nos EUA.
Enquanto amarga uma expressiva piora de seus índices de popularidade, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tenta aprovar uma reforma no sistema de saúde do país. Mas Obama estará disposto a enfrentar o poderoso lobbie das companhias de seguros, universalizando o atendimento de saúde no país?
• A nação mais rica do mundo possui um sistema de saúde pior do que muitos países pobres. O sistema de saúde norte-americano é considerado o mais caro e o menos eficiente de todo o mundo. Também é um bom retrato sobre o que acontece no setor quando todas as cartas são dadas pelas empresas de seguro privado de saúde.Nos Estados Unidos, o gasto em saúde representa 16% do PIB, maior do que qualquer outro país imperialista. Calcula-se que os custos de saúde por lar, em 2007, chegaram à média de US$ 15 mil. No entanto, o país está em 37º lugar em qualidade de atendimento segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).Apenas dez companhias de seguro privado controlam quase 70% de todo o mercado. São elas que controlam a gestão e o financiamento do sistema de saúde do país. Parte da população com mais de 65 anos está coberta por um sistema chamado “medicare”, no qual o governo paga os hospitais e médicos que atendem o beneficiário. Parte da população de baixa renda entra no “medicaid”, outro sistema bancado pelo governo.No entanto, mais de 46 milhões de pessoas não têm nenhum plano de saúde. Como não existe nada semelhante ao Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, os norte-americanos dependem única e exclusivamente dos planos privados. Caso fiquem doentes, precisarão vender seu carro ou hipotecar a casa para pagar as contas do hospital. Na maioria das vezes o sujeito perde o seguro saúde quando fica desempregado. Nos EUA, as empresas podem despedir grávidas e até pessoas com câncer. Calcula-se que 18 mil pessoas morrem a cada ano por não ter um seguro saúde.Por outro lado, um plano de saúde não é garantia de que o paciente não terá de pagar por seus tratamentos médicos. Os planos privados estabelecem um limite de gastos anual e podem se recusar a fazer seguro para pacientes com histórico de doença crônica ou pré-existente.Quem explica o funcionamento dessas empresas é o ex-diretor da Cigna, uma das maiores companhias de seguros de saúde dos EUA, Wendell Potter. Segundo ele, as companhias conseguem alta rentabilidade depois de selecionar os pacientes, recusando àqueles que têm maiores necessidades como doentes crônicos. Também tiram de suas listas as pessoas que requerem cuidados custosos. O resultado desse sistema só poderia ser um: o lucro astronômico das seguradoras e os hospitais privados à custa da morte de milhares de pacientes.A mercantilizaçã o da saúde levou inclusive o cineasta Michael Moore a fazer o documentário Sicko, que trata das carências do sistema de saúde nos EUA. Como ele mesmo explica: “o setor de seguros pratica uma fraude sistemática para otimizar os lucros de seus acionistas, negando cobertura aos pacientes, apesar de que eles não têm alternativas” .O poder das seguradorasO poder das seguradoras privadas é gigantesco. O que explica por que todos os presidentes dos EUA tiveram uma enorme dificuldade em tentar reformar o sistema de saúde até hoje. As empresas de seguros financiam as campanhas eleitorais dos políticos do Congresso norte-americano. Dessa forma, contam com um poderoso lobbie entre deputados, senadores e membros do executivo.O partido que mais recebe dinheiro das seguradoras é o republicano. Seus integrantes fazem uma dura oposição a qualquer tipo de reforma no sistema e até qualificaram a proposta de Obama como “socialista”, num completo delírio conservador.No entanto, figuras de proa do Partido Democrata também estão nas mãos das companhias privadas. É o caso do senador democrata Max Baucus, presidente do Comitê de Finanças do Senado, órgão responsável pela aprovação de qualquer legislação que afete às companhias de seguro. Max Baucus recebeu US$ 5 milhões da indústria farmacêutica e de companhias de seguros privados. É com esse tipo de aliado que o governo Obama pretende aprovar sua suposta reforma.A Proposta de ObamaObama apresentou sua proposta como uma tentativa de universalizar a cobertura de saúde para os norte-americanos. Mas nas negociações com o Congresso, o governo deu mostras que pretende reduzir o grau de intervenção estatal no setor para que todos contem com um seguro de saúde.As últimas declarações de Obama indicam que seu governo propõe criar uma seguradora estatal que competirá com as privadas, cujo objetivo é reduzir os custos e garantir um seguro mínimo para os norte-americanos. Ou seja, não se discute a criação de Sistema Público de Saúde, tampouco uma proposta de cobertura universal baseada no contribuinte único, à maneira do sistema canadense [1].O sistema proposto por Obama não estenderá o atendimento para todos. O próprio presidente disse, recentemente, que poderão ficar de fora cerca de 15 milhões de pessoas. Isso sem contar os milhões de trabalhadores ilegais que sequer são levados em conta nos debates sobre a reforma. A proposta de Obama também favoreceria potencialmente as seguradoras privadas que economizariam dinheiro mandando pacientes caros para o convênio público. Algo que lembra uma velha deficiência bem conhecida no SUS brasileiro.“Aqueles que possuem Saúde privada podem, a qualquer momento, optar por serviços públicos, como cirurgias complexas e custosas ou remédios que não são cobertos por seguradores particulares. Mas, claro, os mais pobres simplesmente não têm dinheiro para meter a mão nas duas tigelas de biscoitos”, explica em um artigo Eduardo J. Gómez, professor do departamento de Políticas Públicas da Rutgers University de Camden.O recuo do governo Obama em abrir mão da chamada opção pública, fez com que até a revista Business Week escrevesse que “qualquer reforma que promova o Congresso neste ano acabará ajudando em lugar de prejudicar às grandes empresas seguradoras”.Como analisa nota da ONG Mad As Hell Doctors, que reúne ativistas da saúde nos EUA e defende o modelo de contribuinte único: “Em primeiro lugar, ainda teremos um sistema sanitário disfuncional desenhado ao redor das companhias de seguros. Em segundo lugar: a administração de Obama está dizendo já que é aceitável deixar para fora 15 milhões de pessoas. De quais 15 milhões de pessoas estamos falando? Você será uma delas? Quem consegue decidir? Terceiro: vocês podem apostar que a indústria seguradora da saúde manipulará as regras de maneira que o mais doente, a maioria dos pacientes custosos, vai para o plano público, o que vai produzir falhas nele”.
NOTA:1. Muitos médicos que atuam sindicalmente na aérea de saúde nos EUA defendem a adoção de um modelo semelhante ao do Canadá. Segundo essa proposta, todos contribuiriam para o sistema de saúde (não seria absolutamente gratuita) e não existiriam exclusões por idade, enfermidades pré-existentes ou perda de seguro causada pelo desemprego. Também não existiria um sistema de atendimento para quem pode e para quem não pode pagar. Por outro lado, a ação das companhias privadas seria limitada.
Jeferson Chomada redação do Opinião Socialista
domingo, 4 de outubro de 2009
Abertura do Restaurante Universitário Já!
Nos últimos anos, a UFBA tem passado por um processo de transformação que diz respeito tanto a sua estrutura quanto ao seu acesso. Com a implementação das cotas e a abertura de mais vagas via REUNI, o perfil dos estudantes têm mudado, assim como as suas necessidades dentro da Universidade. É preciso, portanto que a Universidade também mude o seu perfil e volte seus olhos para uma preocupação estruturante: a garantia de permanência dessa nova parcela de estudantes que entram na UFBA.
É de conhecimento de quase todos, até mesmo para os recém-chegados à universidade, que o nosso Restaurante Universitário (RU) está pronto há vários anos, mas ainda não funciona. O que muitos não sabem é o porquê. Afinal, o que faz com que a UFBA permaneça na incômoda posição de única universidade federal do país a não possuir um Restaurante Universitário?
Já há algum tempo, a abertura do RU e a sua gestão vem sendo discutida. A partir da concepção de que a gestão do RU deve ser terceirizada, a administração central abre o processo licitatório onde quem ganharia seria a empresa que oferecesse o menor custo. Com as duas primeiras concorrentes tendo sido eliminadas por processos de irregularidade e retirada de participação, a terceira colocada, cobrando um milhão a mais que a segunda, ganha a licitação. Mas como todas e todos sabem a Assistência Estudantil nunca foi uma prioridade para a atual reitoria, que lógico se negou a pagar esse custo a mais, e o processo licitatório está parado na justiça.
Caso a empresa ganhe a causa na justiça, o Restaurante começa a funcionar, porém com alguns problemas. Pois o edital ao qual as empresas concorreram não garante o RU aberto nos fins de semana (essencial para os moradores da residência); o edital foi lançado antes da abertura dos vários cursos noturnos, por isso, também não temos garantias de que ele funcione à noite; além disso o teto do preço cobrado pela refeição é de 7 reais!! Um absurdo não comparado a nenhum RU do Brasil onde a média de preço é em torno de 1,00 ou 2,00 reais.
Se por outro lado, a reitoria ganha a causa, o RU demora ainda mais de abrir, pois um novo processo licitatório terá que ser aberto. Para piorar, a reitoria já disse que só abre nova licitação com o mesmo edital cheio de problemas e lacunas. Diante desse cenário, a administração central diz que lava as mãos e coloca o problema nas costas da justiça, nos deixando numa sinuca de bico.
Ora, mas enquanto nos tapetes de veludo eles esperam, o estudante passa fome na Universidade? Não! É preciso agir! Somente com organização e mobilização vamos conseguir interferir nesse problema que apesar de parecer apenas burocrático, é também político, um problema de concepção de universidade por parte da administração central, que acha que o problema de não ter o que comer é do estudante. Dizemos que não. O problema é de toda a universidade, por isso é de responsabilidade da reitoria.
Se a reitoria tem força política, e se vangloria por isso, para abrir mais e mais vagas a cada ano, devemos dizer para ela que a mesma força deve ser empregada para implantar uma política de permanência que garanta que esses milhares de novos estudantes que agora entram na UFBA tenham condições de concluir o seu curso nas mesmas condições que aqueles com melhores condições financeiras. Ou se garante a permanência, ou a expansão de vagas não será em nada democrática, pois a UFBA continuará sendo a mesma universidade estratificada, elitista e racista.
Diante dessa situação, os CAs e DAs, representação dos residentes e o DCE-UFBA organizam o Fórum de Assistência Estudantil para discutir e nos organizar. Esse é um espaço importantíssimo de organização para intervirmos de forma eficiente nos rumos que a Universidade vem tomando. Através desse Fórum foi possível organizar um grande calendário de mobilização que começa na segunda-feira, dia 05 de Outubro, onde realizaremos um grande ato de mobilização: o Sopão Popular!, em frente ao PAF 3, às 18h. É fundamental a presença de todas e todos nesse grande ato que vai mostrar a força do movimento estudantil que luta por uma Universidade Democrática e Popular!
MOBILIZAÇÃO:
O que: Sopão Popular!;
Quando: segunda-feira, 05/10;
Que horas: às18h;
Onde: em frente ao PAF 3
É de conhecimento de quase todos, até mesmo para os recém-chegados à universidade, que o nosso Restaurante Universitário (RU) está pronto há vários anos, mas ainda não funciona. O que muitos não sabem é o porquê. Afinal, o que faz com que a UFBA permaneça na incômoda posição de única universidade federal do país a não possuir um Restaurante Universitário?
Já há algum tempo, a abertura do RU e a sua gestão vem sendo discutida. A partir da concepção de que a gestão do RU deve ser terceirizada, a administração central abre o processo licitatório onde quem ganharia seria a empresa que oferecesse o menor custo. Com as duas primeiras concorrentes tendo sido eliminadas por processos de irregularidade e retirada de participação, a terceira colocada, cobrando um milhão a mais que a segunda, ganha a licitação. Mas como todas e todos sabem a Assistência Estudantil nunca foi uma prioridade para a atual reitoria, que lógico se negou a pagar esse custo a mais, e o processo licitatório está parado na justiça.
Caso a empresa ganhe a causa na justiça, o Restaurante começa a funcionar, porém com alguns problemas. Pois o edital ao qual as empresas concorreram não garante o RU aberto nos fins de semana (essencial para os moradores da residência); o edital foi lançado antes da abertura dos vários cursos noturnos, por isso, também não temos garantias de que ele funcione à noite; além disso o teto do preço cobrado pela refeição é de 7 reais!! Um absurdo não comparado a nenhum RU do Brasil onde a média de preço é em torno de 1,00 ou 2,00 reais.
Se por outro lado, a reitoria ganha a causa, o RU demora ainda mais de abrir, pois um novo processo licitatório terá que ser aberto. Para piorar, a reitoria já disse que só abre nova licitação com o mesmo edital cheio de problemas e lacunas. Diante desse cenário, a administração central diz que lava as mãos e coloca o problema nas costas da justiça, nos deixando numa sinuca de bico.
Ora, mas enquanto nos tapetes de veludo eles esperam, o estudante passa fome na Universidade? Não! É preciso agir! Somente com organização e mobilização vamos conseguir interferir nesse problema que apesar de parecer apenas burocrático, é também político, um problema de concepção de universidade por parte da administração central, que acha que o problema de não ter o que comer é do estudante. Dizemos que não. O problema é de toda a universidade, por isso é de responsabilidade da reitoria.
Se a reitoria tem força política, e se vangloria por isso, para abrir mais e mais vagas a cada ano, devemos dizer para ela que a mesma força deve ser empregada para implantar uma política de permanência que garanta que esses milhares de novos estudantes que agora entram na UFBA tenham condições de concluir o seu curso nas mesmas condições que aqueles com melhores condições financeiras. Ou se garante a permanência, ou a expansão de vagas não será em nada democrática, pois a UFBA continuará sendo a mesma universidade estratificada, elitista e racista.
Diante dessa situação, os CAs e DAs, representação dos residentes e o DCE-UFBA organizam o Fórum de Assistência Estudantil para discutir e nos organizar. Esse é um espaço importantíssimo de organização para intervirmos de forma eficiente nos rumos que a Universidade vem tomando. Através desse Fórum foi possível organizar um grande calendário de mobilização que começa na segunda-feira, dia 05 de Outubro, onde realizaremos um grande ato de mobilização: o Sopão Popular!, em frente ao PAF 3, às 18h. É fundamental a presença de todas e todos nesse grande ato que vai mostrar a força do movimento estudantil que luta por uma Universidade Democrática e Popular!
MOBILIZAÇÃO:
O que: Sopão Popular!;
Quando: segunda-feira, 05/10;
Que horas: às18h;
Onde: em frente ao PAF 3
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Comissão apura denúncia na UFBA
A Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública visita, na terça-feira da próxima semana, às 15 horas, a Residência Universitária no bairro da Vitória e a unidade de Ondina. O propósito dos deputados é verificar in loco denúncia de estudantes quanto à precariedade das instalações da residência e restaurante estudantis, além da reivindicação de que seja aberto o restaurante que serve aos universitários em Ondina. A visita foi definida ontem, em audiência pública da comissão, que incluiu este como um dos pontos da pauta de análise do colegiado, que contou com a presença de universitários. A comissão deverá buscar entendimento com as lideranças partidárias na Assembleia Legislativa para que, em plenário, seja justificada a ausência dos parlamentares que estarão com os estudantes esta é uma forma de reforçar a atenção sobre o assunto, acha o petista Yulo Oiticica. Caso a pauta dos trabalhos da Casa (habitualmente composta por votação de projetos) não permita a visita no dia 6 de outubro, a ação dos deputados passará para a quarta-feira, mas, de qualquer maneira, a vistoria será realizada. Pela denúncia dos estudantes, a Residência Universitária da Vitória está com teto em decadência e o restaurante fechado por falta de alimentos. PRESSÃO Na opinião dos deputados petistas presentes à audiência pública Yulo Oiticica e Bira Corôa esta é uma situação esdrúxula, que precisa ser resolvida. "Há uma boa estrutura montada neste restaurante desde 2006. Se ela não funciona por falta de arroz e feijão, não é problema dos estudantes", enfatizou Oiticica, segundo o qual a licitação para fornecimento de matéria-prima deve ser realizada já. Opinião semelhante revelou o deputado Bira Corôa, lembrando que a reivindicação por um bom restaurante "é luta histórica" dos universitários, adiantando que, pelo que vem acompanhando do problema, "não há verba orçamentária" para a licitação. "Tem que haver pressão política dos estudantes junto com os apoios possíveis" de serem conquistados para que os equipamentos da Ufba sirvam aos discentes "com um mínimo de qualidade". O presidente da comissão, o comunista Álvaro Gomes, designou Yulo Oiticica como responsável pela elaboração do relatório final da vistoria que acontece semana que vem. A partir de então, disse, "tentaremos uma solução junto ao reitor Naomar de Almeida, que vem sendo sensível a estas questões, e ao governo federal". A análise deste assunto pela comissão foi considerada pelo presidente como "muito pertinente, uma vez que direitos humanos significa lazer, alimentação, educação, cidadania. Portanto, sua abrangência vai muito além de apenas segurança pública". Deputados vão visitar residências e restaurante para averiguar reclamação dos estudantes
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