Testemunho da opressão após o golpe de estado detalhado por Wendy Cruz, Militante Movimento Camponês Hondurenho
Companheiros e companheiras do mundo,
Eu escrevo este testemunho após o retorno de um dia duro para os hondurenhos com meus olhos cheios de lágrimas e meu coração apertado, mas é necessário fazê-lo.
Eu sou uma mulher da família humilde, camponesa, meu espírito militante e minha consciência de classe me colocaram ao lado dos camponeses e camponesas que trabalham sob o sol de cada dia, e que não possuem perspectiva para dar um futuro melhor à suas crianças, que precisam mudar para outros países à procura de melhores condições de vida, já que em nossa pátria-mãe Honduras o bipartidarismo (liberais e nacionalista permaneceram no poder há 100 anos) submete nossa população a uma pobreza extrema, marginalidade, falta de acesso à saúde, moradia digna ou acesso a um pedaço de terra, pois a oligarquia tem a posse de tudo, deixando 90% da população às margens da pobreza extrema e à exclusão.
No domingo (5 de julho), em Honduras, completamos 8 dias de resistência pacífica. Neste dia, nós marchamos em mais de 500 mil pessoas, da cidade de Tegucigalpa em direção ao aeroporto de Toncontín, com a única convicção de receber nosso presidente Manuel Zelaya Rosales. Quando esperávamos ansiosos pela chegada do presidente, os militares das forças armadas começaram a jogar bombas de gás lacrimogêneo e passamos a ouvir tiros. Tiros que foram motivo da morte de três hondurenhos, cuja única exigência era viver pacificamente, mas, sobretudo queriam poder ter uma participação cidadã real e não da forma mentirosa a que as pessoas estavam submetidas há mais de 100 anos. Entre os três mortos estava a jovem de 21 anos chamada Isis Oveth, natural de Alde de Santa Cruz, em Guayape, na região de Olancho e outro jovem chamado Alexis Zavala, que fazia parte dos muito queridos.
Ainda assim, tive que conviver com o medo de ser parada pela polícia após a hora do toque de recolher. Mas apesar da repressão sofrida, meu espírito de luta é mais forte a cada dia, porque sonho que meu filho de 15 anos e minha filha de 10, além das gerações futuras de milhares de hondurenhos que amam este país, vivam em um lugar com justiça social, igualdade, equidade e principalmente, que sejamos co-autores de nosso país.
Eu digo a todos os homens e mulheres do mundo que se mostraram solidários a esta luta, que todos os hondurenhos seguirão firmes até alcançar a vitória de restituir nosso presidente Zelaya, deposto por falsos mártires, neste domingo, dia 5 de julho. Que vivam os mártires pela defesa do direito de sermos protagonistas de nosso próprio futuro! Viva Isis Oveth e outros dois irmãos que tombaram neste dia! Nós, hondurenhos e hondurenhas, temos o direito de viver pacificamente em uma democracia verdadeira.Que a luta seja globalizada e que a esperança seja globalizada! Obrigado aos povos do mundo pela enorme solidariedade… Nós seguiremos em luta… Porque como disse Emiliano Zapata, “é melhor morrer lutando e não vivermos eternamente acorrentados/as".Tegucigalpa, MDC, Honduras, C.A., 5 de Julio del 2009
Companheiros e companheiras do mundo,
Eu escrevo este testemunho após o retorno de um dia duro para os hondurenhos com meus olhos cheios de lágrimas e meu coração apertado, mas é necessário fazê-lo.
Eu sou uma mulher da família humilde, camponesa, meu espírito militante e minha consciência de classe me colocaram ao lado dos camponeses e camponesas que trabalham sob o sol de cada dia, e que não possuem perspectiva para dar um futuro melhor à suas crianças, que precisam mudar para outros países à procura de melhores condições de vida, já que em nossa pátria-mãe Honduras o bipartidarismo (liberais e nacionalista permaneceram no poder há 100 anos) submete nossa população a uma pobreza extrema, marginalidade, falta de acesso à saúde, moradia digna ou acesso a um pedaço de terra, pois a oligarquia tem a posse de tudo, deixando 90% da população às margens da pobreza extrema e à exclusão.
No domingo (5 de julho), em Honduras, completamos 8 dias de resistência pacífica. Neste dia, nós marchamos em mais de 500 mil pessoas, da cidade de Tegucigalpa em direção ao aeroporto de Toncontín, com a única convicção de receber nosso presidente Manuel Zelaya Rosales. Quando esperávamos ansiosos pela chegada do presidente, os militares das forças armadas começaram a jogar bombas de gás lacrimogêneo e passamos a ouvir tiros. Tiros que foram motivo da morte de três hondurenhos, cuja única exigência era viver pacificamente, mas, sobretudo queriam poder ter uma participação cidadã real e não da forma mentirosa a que as pessoas estavam submetidas há mais de 100 anos. Entre os três mortos estava a jovem de 21 anos chamada Isis Oveth, natural de Alde de Santa Cruz, em Guayape, na região de Olancho e outro jovem chamado Alexis Zavala, que fazia parte dos muito queridos.
Ainda assim, tive que conviver com o medo de ser parada pela polícia após a hora do toque de recolher. Mas apesar da repressão sofrida, meu espírito de luta é mais forte a cada dia, porque sonho que meu filho de 15 anos e minha filha de 10, além das gerações futuras de milhares de hondurenhos que amam este país, vivam em um lugar com justiça social, igualdade, equidade e principalmente, que sejamos co-autores de nosso país.
Eu digo a todos os homens e mulheres do mundo que se mostraram solidários a esta luta, que todos os hondurenhos seguirão firmes até alcançar a vitória de restituir nosso presidente Zelaya, deposto por falsos mártires, neste domingo, dia 5 de julho. Que vivam os mártires pela defesa do direito de sermos protagonistas de nosso próprio futuro! Viva Isis Oveth e outros dois irmãos que tombaram neste dia! Nós, hondurenhos e hondurenhas, temos o direito de viver pacificamente em uma democracia verdadeira.Que a luta seja globalizada e que a esperança seja globalizada! Obrigado aos povos do mundo pela enorme solidariedade… Nós seguiremos em luta… Porque como disse Emiliano Zapata, “é melhor morrer lutando e não vivermos eternamente acorrentados/as".Tegucigalpa, MDC, Honduras, C.A., 5 de Julio del 2009
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