quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Trabalhadores rurais prestam vestibular para curso de Direito na Bahia

Portal do MST
27 de novembro de 2012

Por Roque Reis, Romilson Sousa e Wesley Lima
Da Página do MST


Após quatro anos discutindo junto à Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS-BA), os assentados de áreas de Reforma Agrária prestaram vestibular nos entre os dias 25 e 26/11 para o Curso de Direito.

Sendo uma conquista das organizações sociais e comunidades tradicionais, a idéia do curso é formar pessoas capazes de defender os interesses da classe trabalhadora, representada por seus respectivos movimentos, contra a ofensiva de criminalização da luta pelo poder judiciário.

Para este vestibular se inscreveram integrantes do MST, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento Estadual dos Trabalhadores Assentados Acampados e Quilombolas (CETA), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Escolas Agrícolas, Comunidades Tradicionais, Movimento Camponês Popular (MCP), a Consulta e o Levante Popular, totalizando 151 pessoas que serão selecionadas para 40 vagas disponíveis.

O processo seletivo foi aberto nacionalmente, contando com a participação de boa parte dos estados brasileiros.

Para aqueles que passarem no processo seletivo, a matrícula acontece nos dias 11 e 12 de dezembro e a aula inaugural no dia 13. O curso está programado para ocorrer em dez etapas, num período de cinco anos.

O curso é um convênio entre a UEFS e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), tendo como proposta pedagógica a Pedagogia da Alternância, metodologia defendida por Paulo Freire e que se divide em dois tempos de estudos: Tempo Escola, período em que o educando está presente no espaço acadêmico estudando junto aos professores; Tempo Comunidade, período em que o educando coloca em prática o conhecimento adquirido no tempo escola em sua respectiva localidade;

De acordo com Roseane Rios, Coordenadora dos Cursos Formais pelo MST na Bahia, esse curso de Direito é o resultado de uma luta da classe trabalhadora do campo pelo reconhecimento do direito à educação superior. Desta forma, reafirma a importância do Pronera como ferramenta para garantir aos povos do campo acesso as áreas de conhecimento que historicamente ficaram reservadas à elite brasileira.

Nenhum comentário: