domingo, 29 de novembro de 2009

Caminhada pela Ufsulba


Nesta segunda-feira, às 9h00, estudantes se mobilizam pela criação da Universidade Federal do Sul da Bahia com caminhada pelas ruas da cidade de Itabuna.

O movimento começou pequeno, mas vem recebendo adesões e vai ganhar as ruas das cidades baianas neste mês de novembro. Na segunda-feira, 30, a partir das 9h00, acontecerá uma grande mobilização para assegurar ao sul da Bahia a sua primeira universidade federal: a Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufsulba). Uma caminhada está marcada para sair do Jardim do “Ó”, na cidade de Itabuna.

A UNE e diversos representantes do movimento estudantil participação do ato, que reunirá também sindicatos, integrantes de movimentos sociais e até parlamentares de câmara de vereadores de prefeituras da região.

O comitê que defende a instalação da Ufsulba afirma que o projeto trará mais empregos, qualidade de vida, mais conhecimento, ciência, mais acesso ao ensino superior e assim a região poderá avançar na construção de um plano de desenvolvimento.

Caminhada pela Ufsulba

Data: 30/11/09

Horário: a partir das 9h00

Local: saída do Jardim do Ó, Itabuna, BA

Fonte: UNE

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Nota de esclarecimento da REG


A REG, Residência dos Estudantes de Guanambi em Salvador, vem através desta nota agradecer, desde já, aos vereadores do município de Guanambi pela unanimidade na aclamação da emenda ao Plano PluriAnual que dispunha sobre a aquisição da Casa Própria para a REG em Salvador, votada na última segunda-feira, dia 23 de novembro. O pleito necessita agora da sanção do prefeito municipal.


Esta emenda, aprovada com louvor pelos legítimos representantes do povo, tem sido atacada covardemente por um radialista local em programa que vai ao ar semanalmente das 11h às 13h. Tal radialista vem promovendo uma campanha voraz contra a REG, entidade estudantil existente em Guanambi desde 1976 e que luta, historicamente, pelo acesso dos estudantes de baixa renda à universidade. Ressaltamos que o posicionamento deste radialista é absolutamente minoritário dentro da imprensa local bem como na sociedade de Guanambi.


A REG já beneficiou centenas de pessoas no nosso município, beneficia atualmente outras dezenas, e a compra da casa, que é bandeira histórica da nossa comunidade, irá beneficiar durante muito tempo outras centenas de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica.


Reputamos absolutamente falsas todas as acusações dirigidas à REG pelo supracitado radialista. É temerário, no Estado Democrático de Direito, a ofensiva promovida pelo aludido cidadão contra a comunidade estudantil guanambiense tentando deslegitimar a luta histórica do nosso povo.Os atos da REG nas ruas de Guanambi não significam nada mais do que o exercício pleno da cidadania. Aliás, todas as nossas manifestações pacíficas em praça pública foram proferidas com a prévia autorização do poder público municipal. Portanto, nunca fomos para as ruas para promover desordem, como alega o mencionado sujeito.


Sabemos que o desafiador tem usado do seu programa de rádio para vociferar contra a REG na tentativa de influir na decisão do prefeito municipal. Tal radialista está tentando criar uma conjuntura desfavorável à sanção da emenda, através de informações capciosas e provocativas, tentando induzir a comunidade local.


Acreditamos que o manipulador não conseguirá êxito em sua empreitada. O nosso povo é bastante inteligente para não se deixar levar pela lábia de forasteiros. O prefeito de Guanambi, eleito democraticamente pela maioria absoluta dos votos, tem ampla independência para definir pela sanção ou pelo veto, conforme as necessidades da nossa comunidade.


A REG é patrimônio do povo de Guanambi. Está na luta há mais de 30 anos! Nunca estivemos tão perto da conquista da casa própria. Não vai ser um reles difamador que irá derrubar a vontade dos estudantes e da comunidade. Não vai ser um sujeito antidemocrático de tal estirpe, que irá deslegitimar a nossa luta. E, deixamos claro, que estamos abertos ao debate, em qualquer horário ou local, no mais amplo espírito da democracia e da cordialidade. Casa Própria para a REG: nossa vitória, vitória do povo!


Salvador-Ba, 27 de novembro de 2009


REG – Residência do Estudante de Guanambi


Assinam também esta nota:


UNE – União Nacional dos Estudantes

UEB – União dos Estudantes da Bahia

ACEB – Associação das Casas de Estudantes da Bahia

REPAMA – Residência dos Estudantes de Palmas de Monte Alto

REC – Residência dos Estudantes de Caetité

RECA – Residência dos Estudantes de Caculé

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Aprovado o Plano Plurianual de Guanambi (incluindo emenda da Casa Própria p/ a REG)


Foi aprovado na noite desta segunda-feira, 23 o Projeto de Lei 034/2009 de autoria do Poder Executivo que versa sobre o Plano Plurianual para o período 2010-2013. Tal propositura estabelece as diretrizes e ações da administração pública municipal para as despesas de capital.
O PPA traça critérios e estabelece políticas públicas que buscam o crescimento econômico de forma continuada no município. Transformado em Lei, está intrinsecamente ligado a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA) o que possibilita uma aplicação de recursos públicos, de maneira mais eficaz.
Na mensagem enviada à Câmara pelo prefeito municipal, este enfatiza que a elaboração do PPA teve como base, dados socioeconômicos e financeiros que refletem as prioridades, demandas e necessidades do município e sua efetiva execução trará significativos impactos na melhoria da qualidade de vida do cidadão, na geração de emprego e renda, no desenvolvimento regional, preservação do meio ambiente dentre outros ganhos.
De autoria do vereador Ruy Azevedo, foi aprovada uma Emenda Aditiva ao Projeto PPA, que item orçamentário para aquisição da Casa própria da REG - Residência dos Estudantes de Guanambi em Salvador. Contudo, a Emenda estabelece que o estudante beneficiado terá que assinar um Termo de Compromisso de forma que o ex morador seja contribuinte da Casa, por um tempo correspondente ao que ele usufruiu. A Emenda foi aprovada por unanimidade.

Aprovado no Senado PL que vai facilitar pagamento das dívidas com o Fies


Comissão de Educação do Senado determinou nesta quarta-feira, 25, que professor de rede pública e médico de programa de saúde da família que tenham saldo devedor junto ao Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior (Fies) poderão ter abatimento mensal de 1% em suas dívidas.

O relator do projeto, senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS), explicou que o PLC 184 de 2009 também diminui para 2% ao ano o pagamento de juros sobre o saldo devedor de cada estudante. A proposta ainda aumenta o prazo de pagamento do financiamento de uma vez e meia a duração do curso para três vezes, diminuindo, assim, as prestações e facilitando o pagamento do empréstimo.

“Comemoramos a aprovação e estamos confiantes que passe pela próxima comissão. A UNE sempre defendeu que o Fies não fosse tratado como uma modalidade de empréstimo bancário comum, pela qual o estudante possa ser penalizado”, opina Augusto Chagas, presidente da entidade. Para a UNE, o melhor seria que os estudantes pudessem pagar o financiamento através de serviços, como na área da saúde, desde que fosse facultativa.

O senador pelo Rio Grande do Sul destacou que o problema das dívidas antigas, que chegam a R$ 300 milhões, foi parcialmente atendido porque esses valores passarão a usufruir do novo patamar dos juros, mas reconheceu que a proposta não corrige os juros excessivos cobrados até então. Também deverá constar no projeto paralelo a dispensa de pagamento em virtude de doenças incapacitantes e o desconto nas dívidas do Fies a profissionais que aceitem trabalhar em pequenos municípios do Norte e Nordeste.
"Esta sessão, sem dúvida, ficará marcada não só pela aprovação, mas pela atitude destes jovens estudantes, que vão em busca dos seus objetivos sem hesitar nesta luta difícil para, garantir sua formação acadêmica por meio de um programa justo”, disse Zambiasi.

A matéria é terminativa na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), e deve ser aprovada ainda em 2009, para gerar efeitos durante o exercício de 2010.


Fonte: Agência Senado.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Sancionada lei que proíbe matrícula simultânea em universidade pública

Sancionada dia 12 de novembro lei que impede estudante de ocupar duas vagas em universidade pública. Na avaliação do deputado que criou o projeto, ela ampliará a oferta de vagas nas universidades públicas.
A UNE comemora a confirmação da lei, por considerar que o acúmulo de vagas é ruim. “Enquanto o acesso às públicas não é universalizado, não é justo que um mesmo estudante concentre mais de uma vaga, tirando a oportunidade de outros”, declara Augusto Chagas, presidente da entidade.

Sancionada lei que proíbe matrícula simultânea em universidade pública
Por Vania Alves
Foi sancionada, na quinta-feira, 12, a Lei 12.089/09, que proíbe que um estudante ocupe, simultaneamente, mais de uma vaga de graduação em universidades públicas simultaneamente. A lei teve origem no Projeto de Lei 3360/06, do deputado Maurício Rands (PT-PE). Na avaliação do parlamentar, a lei ampliará a oferta de vagas nas universidades públicas.
Rands explicou que, atualmente, muitos estudantes ocupam mais de uma vaga nas instituições de ensino superior, às vezes sem nem sequer frequentar o curso. Ele lembrou que, mesmo que o aluno não vá à instituição, sua vaga ficará trancada e não poderá ser usada por outros. “Essa medida vai destravar vagas e se harmoniza com as diretrizes traçadas pelo Ministério da Educação de ampliar a oferta de vagas nas universidades públicas”, avaliou. O parlamentar afirmou que, hoje, apenas um terço das vagas de ensino superior é oferecido pela rede pública.Dois cursos - A lei aplica-se também a cursos na mesma instituição. Quem já está matriculado em dois cursos poderá concluí-los normalmente, pois a lei só vale para as matrículas feitas a partir de dezembro. Hoje, os regimentos das universidades, em regra, proíbem o acúmulo de vaga. Os alunos que estiverem em situação irregular serão anistiados.
Daí em diante, se a universidade que constatar que um aluno está matriculado em dois cursos na própria instituição ou em instituições diferentes, terá que pedir ao aluno que escolha um deles no prazo de cinco dias. Se ele não escolher, será cancelada a matrícula mais antiga quando os cursos forem em instituições diferentes; ou a mais nova, quando for na mesma instituição.
Rands explicou que o processo de aprovação dessa lei também deve ser tomado como exemplo. Ele explicou que foi procurado pelo Grupo de Apoio ao Remanejamento de Vagas, de Pernambuco, que se mobilizou para localizar as vagas que não estavam sendo efetivamente ocupadas. “É um modelo pedagógico: a sociedade identifica um problema, se organiza e procura o parlamentar para que ele consiga a aprovação da lei”, explicou.
Fonte: reprodução da Agência Câmara.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Dois textos- Consciência Negra


A Helena Negra posta “no seu lugar”.

Os dias de glamour da primeira Helena negra foram poucos. No capítulo de ontem, numa cena que fazia uma alusão direta à noção de soberania branca, a personagem negra se ajoelha aos pés da mulher branca e pede perdão. Após isso, dotada de toda autoridade, a “mãe branca e zelosa” dirige um violento tapa na cara na personagem negra que resignadamente aceita a punição. A cena chocou diversas pessoas. No caso particular das mulheres negras, todas se recusaram a se reconhecer daquela forma e se revoltam contra aquela atitude submissa e passiva diante da violência racial. Aquela cena teve uma repercussão desastrosa em cada uma de nós. A postura submissa da Helena negra vai contra a forma como hoje, e sempre, reagimos à violência racial e ao autoritarismo, seja pelo amparo da lei, seja impondo respeito diante daquele ou daquela que insiste em rememorar os tempos da escravidão, cobrando de nós o eterno deferimento e subserviência. Assim, a trama da novela vai contra a política e debates atuais que visam a igualdade de direitos e a postura autônoma que praticamos no nosso cotidiano e ensinamos a nossas jovens e crianças negras. A cena de ontem também vai contra os argumentos daqueles que se negam a admitir a existência do racismo no Brasil, que se afirma no imaginário do autor. O capítulo de ontem, por si só, fala da insistente crueldade da elite brasileira de negar o problema do racismo ao mesmo tempo em que, de maneira nefasta, não abre mão de se manter numa posição privilegiada. . A Helena negra é culpada por ter abortado, por ter casado com um homem branco e por não ter “cuidado” devidamente da enteada, numa relação que muito nos lembra mucama e sinhazinha. Não só Helena, mas também a personagem da atriz Sheron Menezes tem a mesmo postura submissa, que paga (literalmente) um alto preço para estar com um homem branco. Ambas sucumbem diante da supremacia branca retratada na televisão brasileira, ambas não tem dignidade e não representam a luta cotidiana dos homens e mulheres negras que diariamente enfrentam o racismo neste país. Ao que me parece, é muito difícil para a dramaturgia brasileira esconder este ranço ordinário da mentalidade escravocrata e racista.

Luciana BritoMestre em História UNICAMPMovimento Negro Unificado-Bahia"




A Consciência Branca da Globo Não havia data melhor.


Em plena semana da Consciência Negra, a teledramaturgia global reafirma, mais uma vez, a pura reprodução de imagens, palavras e ideais racistas em horário nobre.Ao elencar a atriz negra Thaís Araújo para protagonista de sua novela das nove, a TV Globo, através de seu funcionário Manoel Carlos, parecia querer responder ao Estatuto da Igualdade Racial idealizado pelo movimento negro que não seria necessário estabelecer cotas para atrizes e atores negros; bem, parece não ter sido à toa que justamente no momento de uma decisão histórica quanto ao conteúdo do referido Estatuto, a Globo tenha lançado ao ar duas novelas com protagonistas negras, atrizes que inclusive têm uma postura racial condizente às suas trajetórias, como são Thaís Araújo e Camila Pitanga. Nas entrelinhas, previa-se uma forjada justificativa à sociedade das "desnecessárias" cotas raciais para os meios de comunicação, já que este espaço vem sendo ocupado pelo núcleo negro da Globo. Convenhamos, uma jogada de mestre; assim, evita-se o "mal maior" para a Consciência Branca do comando global, que é obedecer a lei e fazer cumprir os direitos da pessoa, da população e dos povos negros.Pois então que nesta semana, no capítulo que foi ao ar na noite do 17 de novembro, com precisão cirúrgica o autor desenhou a cena mais representativa possível da ópera racista contra o verdadeiro protagonismo negro. A suposta protagonista da novela, a personagem de Helena, após ser retirada de seu núcleo familiar negro para transitar exclusivamente num núcleo branco e assim ser sujeita a traições e humilhações, é posta de joelhos diante de uma de suas antagonistas brancas - já que, para uma negra, não basta uma só antagonista, devendo vir elas em número de três: a amante do marido, a filha mimada e infantilizada do marido e a ex-mulher do marido. Não apenas de joelhos, deve pedir perdão de cabeça baixa; não apenas de cabeça baixa, sob o olhar duro e inflexível de sua então dominadora; não apenas isso, como se já não fosse o bastante, deve pedir perdão e ter por resposta uma bofetada no rosto. Para finalizar a cena, a personagem desabafa com uma das melhores amigas que "devia ser assim".A idéia de protagonista negra, na Globo, enfim foi definida claramente. Uma heroína que, se inicialmente surgia diante de um drama familiar, afirmando um núcleo negro protagonista, como âncora, marco e raiz, veio sendo reduzida dramaturgicamente a pobre vítima de suas três antagonistas brancas, tendo estas enfim recebido mais espaço de visibilidade que a suposta protagonista. O papel, de central, tornou-se periférico, apoio para a virada de jogo das outras atrizes, que passam a receber os aplausos da população e das "críticas" noveleiras de plantão, prontas para limar a atriz negra por seu papel "sem graça".Ou talvez, pensa o autor que pode salvar o papel de Helena pondo-a no lugar em que acha pertencer à mulher negra. Agora sim, a Globo assinou embaixo de suas verdadeiras posturas ideológicas - mais diretamente, de seu racismo.

Rebeca Oliveira DuarteAdvogada e Cientista Política do Observatório Negro

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Desempenho dos cotistas na UFBA

O estudante negro cotista não só tem permanecido na faculdade como tem demonstrado desempenho igual – ou superior – aos demais alunos. Isso é o que mostram os dados da Universidade Federal da Bahia (Ufba), divulgados no mês passado, pelo Serviço de Seleção, Orientação e Avaliação, em referência à primeira turma ingressa pelo sistema de ações afirmativas, em 2005. Ainda sem números concretos, uma pesquisa da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em andamento há um ano, antecipa conclusões similares, cujo resultado deve sair em março. "As taxas de evasão dos cotistas são relativamente menores e o desempenho é bastante semelhante. Há casos, nas ciências humanas, acima da média", atesta Wilson Mattos, pró-reitor de pós-graduação. Na Ufba, entre estudantes na faixa mais alta (7,6 a 10), cotistas apresentaram notas melhores em cursos como ciências da computação, engenharia elétrica, química, fonoaudiologia, enfermagem, farmácia e comunicação. Em medicina, há uma diferença: no 9º semestre da turma de 2005, 86,7% dos cotistas tiveram desempenho entre 7,6 e 10, perante 91,7% dos não-cotistas. Quando o assunto é reprovação por falta, não é diferente. Em engenharia elétrica, apenas foi reprovado 0,19% dos cotistas, contra 2,71% dos demais. Em comunicação, perderam 9,48% dos que entraram por cotas e 11,21% do restante. Só em medicina, foi reprovado 1,19% dos cotistas, diante de apenas 0,17% dos não-cotistas. Em nove cursos de prestígio (entre eles arquitetura, engenharia e direito), a taxa de jubilamento de cotistas foi zero. "O argumento de que o cotista abandonaria não tem consistência analítica", diz o Jocélio Teles, pesquisador do Centro de Estudos Afro-Orientais e coordenador do Fórum Interinstitucional em Defesa das Ações Afirmativas. "Os dados são positivos e mostram que a adoção de cotas promoveu a democratização do ensino, sem perda de qualidade", analisa Teles. O reitor Naomar de Almeida diz que a qualidade da Ufba cresce: "Começamos a dar uma virada. A mudança no perfil do alunado trouxe a diversidade" .

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Consciência em Negra em Guanambi


4ª Conferência de Salvador

Desde 2003, fLogomarca da Conferênciaoi incluída como política pública de desenvolvimento urbano a realização do ciclo de Conferências das Cidades, iniciadas no âmbito municipal e concluindo no âmbito nacional. Esse ciclo de conferências busca atender aos preceitos de Democracia Participativa e da Gestão Democrática das Cidades, consolidados através da Lei Federal n.º 10.257/01, conhecida como Estatuto da Cidade.

Já foram realizados três ciclos de Conferências das Cidades (2003, 2005 e 2007). A primeira Conferência Nacional das Cidades estabeleceu parâmetros para uma Política Nacional de Desenvolvimento Urbano. Na segunda Conferência Nacional das Cidades, foi aprovado o princípio da gestão democrática, da participação e do controle social como uma das diretrizes da política de planejamento urbano. Na terceira Conferência os temas considerados fundamentais foram os de avançar na construção da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano, construir o Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano e a criação de uma Política de Regularização Fundiária e de uma Política de Prevenção e Mediação de Conflitos Fundiários Urbanos.

A 4ª Conferência Nacional das Cidades é a oportunidade para identificar avanços e dificuldades para implementação da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano, formular questões ou propostas aos desafios listados, bem como propor diretrizes para esta política.

Inscrição: http://www.sedham.salvador.ba.gov.br/4conferencia/

domingo, 15 de novembro de 2009

Convocada a 4ª Conferência Estadual das Cidades do Estado da Bahia


Etapa estadual acontecerá entre 25 e 28 de março de 2010
“Avanços, Dificuldades e Desafios na Implementação da Política de Desenvolvimento Urbano” – este foi o tema escolhido para a 4ª Conferência Estadual das Cidades do Estado da Bahia. Convocada no dia 12 de setembro pelo ConCidades/BA (Conselho Estadual das Cidades da Bahia), a atividade será realizada em Salvador entre os dias 25 e 28 de março de 2010.
O principal objetivo da conferência é definir as diretrizes das Políticas Federal, Estadual e Municipal de Desenvolvimento Urbano, e garantir o seu controle social. As etapas municipais estão previstas para o mês de novembro deste ano.
Fonte: Ascom/Sedur

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A turba da Uniban

As turbas têm um ponto em comum: detestam a ideia de que a mulher tenha desejo próprio.
NA SEMANA passada, em São Bernardo, uma estudante de primeiro ano do curso noturno de turismo da Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo) foi para a faculdade pronta para encontrar seu namorado depois das aulas: estava de minivestido rosa, saltos altos, maquiagem -uniforme de balada. O resultado foi que 700 alunos da Uniban saíram das salas de aula e se aglomeraram numa turba: xingaram, tocaram, fotografaram e filmaram a moça. Com seus celulares ligados na mão, como tochas levantadas, eles pareciam uma ralé do século 16 querendo tocar fogo numa perigosa bruxa. A história acabou com a jovem estudante trancada na sala de sua turma, com a multidão pressionando, por porta e janelas, pedindo explicitamente que ela fosse entregue para ser estuprada. Alguns colegas, funcionários e professores conseguiram proteger a moça até a chegada da PM, que a tirou da escola sob escolta, mas não pôde evitar que sua saída fosse acompanhada pelo coro dos boçais escandindo: Pu-ta, pu-ta, pu-ta. Entre esses boçais, houve aqueles que explicaram o acontecido como um justo protesto contra a inadequação da roupa da colega. Difícil levá-los a sério, visto que uma boa metade deles saiu das salas de aula com seu chapéu cravado na cabeça. Então, o que aconteceu? Para responder, demos uma volta pelos estádios de futebol ou pelas salas de estar das famílias na hora da transmissão de um jogo.. Pois bem, nos estádios ou nas salas, todos (maiores ou menores) vocalizam sua opinião dos jogadores e da torcida do time adversário (assim como do árbitro, claro, sempre vendido) de duas maneiras fundamentais: veados e filhos da puta. Esses insultos são invariavelmente escolhidos por serem, na opinião de ambas as torcidas, os que mais podem ferir os adversários. E o método da escolha é simples: a gente sempre acha que o pior insulto é o que mais nos ofenderia. Ou seja, veados e filhos da puta são os insultos que todos lançam porque são os que ninguém quer ouvir. Cuidado: veado, nesse caso, não significa genericamente homossexual. Tanto assim que os ditos veados, por exemplo, são encorajados vivamente a pegar no sexo de quem os insulta ou a ficar de quatro para que possam ser usados por seus ofensores. Veado, nesse insulto, está mais para bichinha, mulherzinha ou, simplesmente, mulher. Quanto a filho da puta, é óbvio que ninguém acredita que todas as mães da torcida adversa sejam profissionais do sexo. Puta, nesse caso (assim como no coro da Uniban), significa mulher licenciosa, mulher que poderia (pasme!) gostar de sexo. Os membros das torcidas e os 700 da Uniban descobrem assim um terreno comum: é o ódio do feminino -não das mulheres como gênero, mas do feminino, ou seja, da ideia de que as mulheres tenham ou possam ter um desejo próprio. O estupro é, para essas turbas, o grande remédio: punitivo e corretivo. Como assim? Simples: uma mulher se aventura a desejar? Ela tem a impudência de querer? Pois vamos lhe lembrar que sexo, para ela, deve permanecer um sofrimento imposto, uma violência sofrida -nunca uma iniciativa ou um prazer. A violência e o desprezo aplicados coletivamente pelo grupo só servem para esconder a insuficiência de cada um, se ele tivesse que responder ao desejo e às expectativas de uma parceira, em vez de lhe impor uma transa forçada. Espero que o Ministério Público persiga os membros da turba da Uniban que incitaram ao estupro. Espero que a jovem estudante encontre um advogado que a ajude a exigir da própria Uniban (incapaz de garantir a segurança de seus alunos) todos os danos morais aos quais ela tem direito. E espero que, com isso, a Uniban se interrogue com urgência sobre como agir contra a ignorância e a vulnerabilidade aos piores efeitos grupais de 700 de seus estudantes. Uma sugestão, só para começar: que tal uma sessão de Zorba, o Grego, com redação obrigatória no fim? Agora, devo umas desculpas a todas as mulheres que militam ou militaram no feminismo. Ainda recentemente, pensei (e disse, numa entrevista) que, ao meu ver, o feminismo tinha chegado ao fim de sua tarefa histórica. Em particular, eu acreditava que, depois de 40 anos de luta feminista, ao menos um objetivo tivesse sido atingido: o reconhecimento pelos homens de que as mulheres (também) desejam. Pois é, os fatos provam que eu estava errado.
(5/11/2009)Folha de São PauloCONTARDO CALLIGARIS

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Seminário "Moradia Estudantil: uma luta pelo Direito a cidade" lança os marcos para um novo debate







No dia 07 de Novembro(antecipando o dia 09 de novembro- Dia Nacional de Luta pela Moradia Estudantil), aconteceu no Restaurante Universitário da UFBA o Seminário "Moradia Estudantil: uma luta pelo direito a cidade". Nomes importantes de diversos segmentos da sociedade baiana estiveram presentes no evento, como o Dep. Fed. Zezéu Ribeiro- PT, o Dep. Estadual Yulo Otticica- PT, a urbanista e Mestranda Glória Cecília, a Professora da UNEB e doutoranda pela Unicamp Edileuza Garrido, Maria del Carmen - representante da Caixa Econômica Federal, , Mário Viana- SENGE, Eleonora- Defensoria Pública e representantes da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil da UFBA. O debate que até o momento era novo consistia em debater uma alternativa de incluir as Casas de Estudantes no Plano da Reforma Urbana e das Habitações de interesse social, ao qual iniciamos a construção de novas alternativas para o Movimento de Casas de Estudantes.
O evento foi organizado numa parceria entre a ACEB, Representação das Residências Universitárias da UFBA e a SENCE, que mesmo num dia com atividadade acontecendo concomitante ao 6º Congresso dos(as) estudantes da UFBA conseguimos construir uma atividade rica e com muitas pessoas.
Agradecemos a todos aqueles que contribuiram para o sucesso dessa atividade e lembrar que que os certificados serão distribuídos assim que chegarem em nossas mãos.








Universitários são desestimulados a fazer o ENADE


Estudantes fazem o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) neste domingo, 8. Na Bahia, 49.088 universitários fazem a prova. No Brasil esse número é de 1,1 milhão. O clima no Colégio Estadual Odorico Tavares, no Corredor da Vitória, antes da aplicação do exame, era de que a maioria iria realizar a prova, mas integrantes do Diretório de Estudantes da Ufba tentavam convencer os alunos a boicotar a avaliação. Eles distribuíram adesivos dizendo "Nota zero para o Enade, boicote já. Por uma avaliação de verdade".


O estudante de Direito da Ufba, Wanderson Pimenta, aderiu ao boicote. Ele deixou a sala com o tempo mínimo de 30 minutos e disse que respondeu apenas uma pergunta sobre quilombolas "por simpatizar com a causa". "O Enade é uma forma de mascarar as falhas do ensino superior, tentando colocar a culpa no ensino da universidade, sendo que a culpa não é só da universidade, mas também da política pública do país". Ele defende que o Ministério da Educação (MEC) faça um outro tipo de avaliação que também observe aspectos como pesquisa e extensão nas universidades.


Enquanto Wanderson se negou a realizar a prova, alguns alunos ficaram chateados ao chegar atrasados. Foi o caso da aluna de Contabilidade da Unicenid, Edvânia dos Santos, que saiu às 9h de Candeias de ônibus, no meio do caminho seguiu de táxi, mas chegou com um minuto de atraso e encontrou os portões fechados.


O coordenador da prova no Odorico Tavares, Manoel Calazans, disse que quem não realizou o exame não terá o diploma de conclusão do curso liberado. "Não tem como justificar a ausência. O aluno que não chegou a tempo será convocado para o Enade do ano seguinte e fará uma prova diferenciada com questões do ano anterior". O exame também é voltado para estudantes do primeiro ano de faculdade.


*Com redação de Paula Pitta A TARDE On Line

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

6ºCongresso dos(as) Estudantes da UFBA


Universidade Popular, Juventude em movimento!
“A universidade, enquanto instituição social, realiza e exprime de modo determinado a sociedade de que é e faz parte. Não é uma realidade separada e sim uma expressão historicamente determinada de uma sociedade determinada”
A afirmativa acima, da filósofa Marilena Chauí, expõe a condição em que se apresentam as distorções históricas da universidade brasileira. A universidade ocupa um espaço privilegiado da representação social do poder e da sua reprodução. Por isso, tem refratado a sua função de promotora da emancipação social e da cidadania, constituindo-se em mais um lócus da reprodução da ordem social de exclusão.
Para a filósofa, é preciso “rediscutir a universidade como espaço de inclusão social para além da lógica mercantil e excludente do mercado”. Para tanto, é necessário, potencializar a capacidade da universidade de mobilizar os agentes organizados da sociedade que às mantêm, e a qual ela serve, no sentido de incorporar a formação cidadã, promovendo a reorganização da educação para assumir o compromisso de uma sociedade igualitária e orientada para o bem comum. A educação de nível superior deve estar orientada por uma visão de longo prazo, deixando de se organizar a partir da rápida adaptação às necessidades urgentes do mercado.
A educação pública no Brasil enfrentou em sua história recente um período intenso de sucateamento, compromisso da agenda neoliberal do governo tucano no Brasil, que retirou verbas do ensino público, promoveu o crescimento desenfreado das universidades privadas de forma desregulamentada e aumentou o largo desnível social.
A universidade pública brasileira reúne hoje condições históricas que nos permite adquirir novas ferramentas de democratização, debater a que modelo de sociedade ela tem servido e rediscutir a sua função social.
As instituições federais de ensino superior no Brasil enxergam para os dias de hoje, as possibilidades de promoverem a expansão necessária, mesmo que ainda somente enquanto política de governo, com aumento significativo de investimento, reestruturação acadêmica e rediscussão das formas de acesso.
A reforma que tem se efetuado nos últimos cinco anos sobre a universidade brasileira, com a política de ações afirmativas, de reestruturação e expansão das universidades, a necessária e estruturante política de permanência que precisa ser desenvolvida, o novo vestibular e o incentivo ao alcance da tão sonhada autonomia, precisa estar inserida na construção de um projeto democrático e popular para o país e concatenada ao desenvolvimento de uma nova política que tenha como objetivo a soberania dos povos. A crise no neoliberalismo abre chance para uma reconstrução do Estado numa perspectiva democrática e a conjuntura política atual da América Latina torna possível a construção de um mundo multipolar, a partir dos avanços da integração regional que ainda não incidiu sobre a reforma necessária para as universidades latino-americanas.
Ao movimento estudantil, está dada a tarefa de se organizar para disputar esse período de transformações das universidades brasileiras, lutando pela universidade pública, gratuita e de qualidade, que possa promover instrumentos para a superação das desigualdades no país e construir uma nova realidade para o povo brasileiro.
O Diretório Central dos Estudantes, entidade máxima de representação estudantil na UFBA, convoca as estudantes e os estudantes, as entidades de base, os movimentos sociais de dentro e fora da instituição e a própria UFBA para assumir a tarefa de um projeto popular para universidade, um projeto democrático para a cidade.
As teses para o Sexto Congresso de Estudantes da UFBA devem ser enviadas até o dia 30/10 para sextoconufba@gmail.com, para constar no Caderno de Teses (no máximo 3 folhas/6 páginas.